Futuro de Renan deve ser decidido em sessão sigilosa
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta quinta-feira (6) que a sessão do plenário que decidirá seu futuro político será sigilosa com votação secreta. Renan se escora nas regras internas do Senado que prevêem o sigilo da sessão.
O artigo 197 do regimento do Senado prevê sessão secreta em cinco casos: declaração de guerra, acordo sobre a paz, perda de mandato ou suspensão de imunidade de Senador durante o estado de sítio, escolha de chefe de missão diplomática de caráter permanente, requerimento para realização de sessão secreta.
"Cada um vai decidir no voto secreto, na sessão secreta, o que vai fazer", disse o presidente do Senado após o Conselho de Ética. Uma sessão duplamente sigilosa pode beneficiar Renan Calheiros a salvar o mandato.
Ele descartou pressão sobre os senadores para evitar que seja cassado na próxima quarta-feira (12)."A única coisa que eu não vou permitir é pressão sobre os senadores. Eles vão escolher de acordo com a sua consciência. Vou enfrentar a quarta-feira nessa mesma tranquilidade que enfrentei todos esses dias", disse.
Apesar de negar pressão, falou sobre o PT em tom de ameaça, depois de o partido votar de maneira unida a favor do relatório do Conselho de Ética que propõe a cassação. "O PT sempre teve e sempre terá um comportamento de aliado que é um comportamento proporcional ao comportamento que eu sempre tive com eles, de modo que minha relação com o PT nunca esteve tão bem como está hoje", disse.
Renan descartou ainda renunciar ao posto de presidente do Senado. "Eu sempre deixei claro desde o início que não deixaria o cargo. Fui eleito para cumprir um mandato de dois anos. Só a decisão do plenário pode encurtar esse mandato. Fora disso, não há hipótese", disse.
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