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Internacional
Quinta - 06 de Setembro de 2007 às 06:53

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Guatemala, 6 set (EFE).- A extrema violência que afeta a Guatemala prejudica o seu processo eleitoral, mas não é conseqüência da da disputa política, segundo o chefe da missão de observação eleitoral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Diego García-Sayán.

"Não é verdade que a disputa eleitoral esteja gerando a violência", disse à Efe García-Sayán, ex-chanceler e ex-ministro da Justiça do Peru, além de Juiz da Corte Interamericana de Direitos Humanos.

"A insegurança na Guatemala está marcada por uma violência extrema de impacto global. O processo eleitoral não está imune a esse fenômeno, que precede as eleições", disse o alto funcionário da OEA.

"As eleições gerais marcadas para domingo expõem todos os dramas e contradições de uma sociedade", opinou. No país, analisou, não existe uma grande polarização política ou ideológica. "O Governo não está interferindo na campanha eleitoral. Apenas atua para que as eleições se realizem nas melhores condições", avaliou.

A melhor prova da normalidade política, disse, é o pacto que ele convenceu os líderes dos 21 partidos a assinar na segunda-feira. Todos se comprometeram publicamente a respeitar os resultados oficiais da votação.

"Em outros países, e aqui também, um pacto deste tipo pode parecer redundante. Mas realmente na Guatemala ele ganha um sentido exemplar, destinado aos eleitores e às unidades locais de poder", explicou.

O problema na Guatemala, para o chefe dos observadores da OEA, é que "existem estruturas de poder municipal ligadas ao crime organizado". O fenômeno preocupa num cenário de "instituições estatais muito frágeis", observou.

Desde que as eleições gerais foram convocadas, no dia 2 de maio, quase 50 candidatos, ativistas e parentes de políticos foram assassinados.

"É preciso determinar se esses assassinatos tiveram motivação política. O Governo criou uma unidade policial especializada para investigar cada um dos casos e entregar um relatório à OEA", explicou García-Sayán.

"Certamente, existe um grau de impunidade que pode ter afetado a participação no processo eleitoral", disse no entanto. Ele admitiu que muitas pessoas evitaram se candidatar a algum cargo por temerem a violência.

"Também existe a tentação de recorrer a métodos não muito santos em nível municipal, no qual há condições para alterar a normalidade e o resultado da votação", acrescentou.

Os observadores da OEA, no entanto, consideram que os casos de violência no dia das eleições serão pontuais e não serão suficientes para que alguém possa questionar a legitimidade dos resultados.

García-Sayán destacou que houve grandes avanços, muitos deles a pedido da missão da OEA que observou as eleições anteriores na Guatemala, em 2003. Ele citou "uma regulação na propaganda eleitoral nos meios de comunicação" que "atenuou a enorme disparidade entre os candidatos com muito dinheiro e os que têm pouco".

A OEA enviou à Guatemala 170 observadores, todos estrangeiros, com um orçamento de mais de US$ 1,5 milhão.

Cerca de 5,9 milhões de guatemaltecos poderão votar no dia 9 de setembro. Eles vão escolher o novo presidente, 158 deputados no Parlamento e 332 prefeitos, para um mandato de quatro anos.





Fonte: EFE

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