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Politica Brasil
Quarta - 05 de Setembro de 2007 às 17:16
Por: Fernando Leal

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Uma das maiores autoridades da indústria aeronáutica brasileira e referência internacional no setor garantiu que, a partir de agora, Tangará da Serra (242 km da capital, a sudoeste) só depende de si para implantar o mais novo pólo aeronáutico do país em seu território. A afirmação do engenheiro Guido Pissotti foi consenso entre outras autoridades durante o Fórum “Decola Tangará da Serra” – evento integrante do programa municipal de implantação do pólo aeronáutico no município, ocorrido nesta terça-feira (04).

“Tangará quer. Se Tangará quer, vai ter. É uma questão de desejo e determinação. E o município terá o apoio das autoridades que participaram deste encontro, como brigadeiro e oficiais de outras patentes (da Aeronáutica), engenheiros, economistas etc”, disse o engenheiro, elogiando a infra-estrutura do local que vai abrigar o pólo, a cidade e seu povo.

A vocação de Tangará da Serra para a aviação não é recente, segundo o deputado Wagner Ramos (PR), e pode ser aproveitada para suprir as necessidades de Mato Grosso. “Em seu histórico no setor, o município atende diversas regiões do nosso estado e também está atuando em Minas Gerais. Assim, dentro do espírito do pólo aeronáutico e para aproveitarmos esse potencial local – em sua amplitude, vou propor a criação do Programa Estadual de Combate a Incêndios”, disse Ramos.

O programa a que se refere o parlamentar vai proporcionar a implantação de uma força-tarefa no estado e poder contar com a experiência da aviação aero-agrícola de Tangará da Serra que está participando do combate ao incêndio que vem atingindo Chapada dos Guimarães nos últimos dias.

Mesmo ainda sem a indústria instalada em sua região, Tangará já é um pólo – de acordo com o deputado – atendendo com suas aeronaves cidades como Campo Novo do Parecis, Comodoro, Sapezal, Brasnorte, Juína, Barra do Bugres, Arenápolis, Nova Olímpia e Diamantino, entre outras regiões.

“Com isso, a Viação Aero-agrícola Rondon – do nosso saudoso Gastão, falecido há três anos – está dando resultado”, lembrou Ramos, citando o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, que criou em seu estado uma força-tarefa de prevenção e combate a incêndios. “Os aviões que trabalham nesse programa do Governo de Minas Gerais são de Tangará da Serra e de Campo Verde, e isso é muito importante para nós”.

Principal responsável local pelo sucesso do empreendimento até aqui, o prefeito Júlio Cesar Ladeia (PR) lembrou que o trabalho em cima do projeto começou há dois anos, se aproximou mais do governo com a entrada do deputado Wagner Ramos na Assembléia Legislativa e foi intensificado nos últimos dois meses com o envolvimento direto de técnicos e empresas do setor.

“O que aconteceu neste fórum foi a confirmação – por todos os envolvidos neste projeto – da capacidade estrutural de Tangará da Serra em ser mais uma das células da indústria aeronáutica brasileira”, comemorou Ladeia.

Ainda durante o fórum, o primeiro grupo de empresas do setor assinou uma Carta de Intenções entre elas, o município e o Governo de Mato Grosso para se instalarem em Tangará. São elas: Logitec/Focal, Hagatec, Planeta, Seeling, Eleb, MR Consultoria e Ícaro – Assessoria de Serviços e Treinamento.

“Com esse primeiro grupo de empresas e a implantação do pólo em Tangará da Serra, e a partir da mobilização que está ocorrendo aqui no município – inclusive com vários oficiais da Aeronáutica, empresários e técnicos do setor – empresas de aviação do Rio de Janeiro e de outras partes do país se instalarão em nossa região”, previu Wagner Ramos.

Currículo internacional

Formado há 47 anos em Engenharia Aeronáutica pelo Ita (Instituto de Tecnologia Aeronáutica) e ex-professor da instituição, Guido Pessoti trabalhou um ano na indústria aeronáutica francesa e participou do Projeto Bimotor, do Centro Técnico da Aeronáutica (CTA) – voando quatro protótipos do Bandeirantes. Com a fundação da Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica), ele foi convidado para ser seu diretor técnico.

Na ocasião, ele projetou vários tipos de aeronaves, entre eles o Bandeirantes, o Xingu e o Tucano, e participou do desenvolvimento do Xavante e do 145 (outro tipo de aernoave, à época). Após 23 anos de Embraer, Guido Pissotti foi para a Coréia desenvolver a indústria aeronáutica naquele país e projetou vários aviões, entre eles um KT1 (de treinamento e de combate) e um T50 (a jato).

Além disso, ele também foi engenheiro de desenvolvimento na França, Alemanha, Romênia, Portugal, Inglaterra e Estados Unidos.





Fonte: Assessoria/AL

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