'Vamos ganhar', diz Renan antes de votação
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta quarta-feira (5) estar confiante em relação à votação do relatório que pede a cassação de seu mandato. "Vamos ganhar. É [só] ter calma", disse Renan na chegada ao Congresso Nacional.
O Conselho de Ética do Senado votará ainda nesta quarta o relatório. Embora o próprio Renan tenha defendido que a votação seja secreta, os senadores já decidiram que o voto será aberto. Marcado para as 10h, o início da sessão já está atrasado.
Se o conselho aprovar a cassação, o relatório segue para a Comissão de Constituição e Justiça, que analisará a constitucionalidade do processo. Em seguida, segue para votação no plenário. A cassação depende de aprovação por maioria no plenário do Senado.
Renan Calheiros responde a três processos por quebra de decoro parlamentar no Conselho. Na terça (5), o PSOL decidiu, com base em denúncias publicadas pelas revistas "Veja" e "Época" no fim de semana sobre um esquema de arrecadação para Renan em ministérios do PMDB, que não abriria um quarto processo de imediato. A expectativa é conseguir a inclusão das investigações em um dos processos já em andamento.
Este que será votado é o primeiro processo. Nele, Renan tenta provar que não recebeu ajuda de um lobista para pagar despesas com a filha de três anos que teve com a jornalista Mônica Veloso.
Iniciada na semana passada, a votação do relatório foi adiada devido a um pedido de vista de dois aliados de Renan, Wellington Salgado (PMDB-MG) e Gilvam Borges (PMDB-AP).
Na mesma sessão, o plenário do Conselho de Ética derrubou, por 10 votos a 5, a determinação do presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), de que a votação deveria ser secreta. A expectativa desta quarta é de que o relatório que pede a cassação seja aprovado pelo mesmo placar.
Defesa
Também nesta quarta vence o prazo para que o senador apresente sua defesa formal sobre as acusações de favorecimento à cervejaria Schincariol, de acordo com a assessoria de imprensa do presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO).
Em reunião nesta terça (4), o PSOL decidiu que pedirá ao Conselho de Ética do Senado a inclusão das novas denúncias referentes à arrecadação de dinheiro em ministérios liderados pelo PMDB no processo referente à cervejaria.
“Se por acaso o pedido de aditamento ao conselho não encontrar acolhimento, seremos obrigados a fazer uma quarta representação para que essas novas denúncias sejam apuradas”, disse o senador José Nery (PA).
Discurso
Nesta terça-feira (4), o presidente do Senado voltou a se defender no plenário da Casa e negou as acusações dos três processos que correm contra ele no Conselho de Ética e as novas denúncias publicadas no fim de semana.
Para se defender, ele voltou a atacar a Editora Abril, que edita a "Veja". Renan também afirmou que a Constituição garante que a votação do processo de cassação, marcada para esta quarta-feira (5), seja secreta, ao contrário do que decidiu a maioria dos senadores do Conselho de Ética na semana passada.
Ele disse que o direito ao voto secreto em seu processo está sendo "esmagado". "Fiz de tudo no sentido de agilizar esse calvário, afinal sou vítima. Agora, a Constituição consagra de maneira cristalina a modalidade do voto, mas vamos deixar a coisa fluir. O direito constitucional está sendo esmagado em nome da continuidade do linchamento", afirmou Renan.
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