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Cultura
Quarta - 08 de Maio de 2013 às 06:36
Por: GUSTAVO NASCIMENTO

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Viola-de-cocho e o Siriri e Cururu já conquistaram o título de patrimônio imaterial e estão resguardados
Viola-de-cocho e o Siriri e Cururu já conquistaram o título de patrimônio imaterial e estão resguardados
Linguajar e falar cuiabano, ou o ‘cuiabanês’, se tornou Patrimônio Imaterial de Mato Grosso. A Secretaria de Estado de Cultura (SEC) decretou no último dia 22 o registro da forma de expressão como parte das comemorações dos 265 anos do Estado. 

 
 
Desde então, os fonemas, vocabulário e expressões características da Baixada Cuiabana são protegidos pelo poder público do risco de desaparecimento. A ação foi feita por meio de uma portaria da SEC, já publicada no Diário Oficial do Estado, que visa iniciativas para que a forma de representação cultural tão característica de Cuiabá não se perca no tempo. 

 
 
A doutora e historiadora Thereza Martha Borges Presotti é professora de História de Mato Grosso na Universidade Federal de Mato Grosso e encarregada da equipe do Projeto Inventário do Patrimônio Imaterial de Mato Grosso. Ela explica que patrimônio cultural não são somente os monumentos e as obras de arte e sim tudo o que carrega a identidade de um povo. “As festas, músicas, danças, os folguedos, as comidas, os saberes, fazeres e falares ou o que é popularmente definido como a raiz de uma cultura.“ 

 
 
De acordo com o texto divulgado no Diário Oficial do Estado, o linguajar cuiabano faz parte da história de Cuiabá e do estado de Mato Grosso, porém tem caído em desuso por grande parte de seus habitantes, permanecendo vivo apenas com os povos mais antigos e moradores ribeirinhos, que buscam preservar a história do sotaque. 

 
 
A historiadora explica que o “cuiabanês” surgiu através da mistura do português arcaico (trazido por imigrantes do norte de Portugal) com o idioma geral (Tupi-Guarani) em meados do século dezoito, o que criou a tendência cuiabana de trocar o “ão” ao fim das palavras por “on”, por exemplo. 

 
 
Porém, com o passar dos anos e a constante migração de pessoas do Sul e Sudeste do país, o linguajar foi perdendo força e se tornando motivo de piada da parte dos migrantes. “Ainda hoje o sotaque é por vezes ridicularizado. Mas com o registro, as pessoas vão poder parar de ter vergonha e passar a dar mais valor a algo que define tão bem a cultura local.” 

 
 
Desde o ano 2000 o decreto 3.551 do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) criou o Programa Nacional do Patrimônio Imaterial (PNPI) e instituiu o Registro dos Bens Culturais de Natureza Imaterial. O PNPI viabiliza projetos de identificação, reconhecimento, salvaguarda e promoção da dimensão imaterial do patrimônio cultural. O “cuiabanês” se junta a outros patrimônios imateriais do estado como a arte de fazer a Viola-de-Cocho e o Cururu e Siriri





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