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Meio Ambiente
Terça - 04 de Setembro de 2007 às 08:32

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O aquecimento global está transformando a atividade humana e mudando as culturas milenares no campo. O vinho é um dos focos de preocupação. O consumo do vinho está aumentando. Em princípio, tempo mais quente dá mais vinho, mas ninguém sabe dizer o que vai colher no futuro, se a tendência continuar. É o caso da região do Champagne, na França.

Neste ano, o trabalho começou mais cedo. Já estão na segunda semana de colheita e, por todo o vale, as uvas estão maduras. Neste ano, o inverno foi bastante ameno, a primavera chegou mais cedo e foi super quente. Foram três semanas em abril com temperatura perto dos 35°C.

As parreiras floresceram mais cedo e isso acabou antecipando também a colheita em três semanas.

“Desde os anos 80, o começo da colheita já foi antecipado em 18 dias. Em apenas 25 anos é uma imensa diferença”, disse o diretor do instituto de pesquisas de Champagne.

Se faltavam evidências, basta olhar um jardim que guarda as únicas vinhas sobreviventes de uma doença que, a partir do século XVIII, dizimou os vinhedos da Europa. São famosas, chamadas de vinhas velhas da França, porque não têm o enxerto de variedades americanas que imunizou o restante contra a doença.

Destas uvas são produzidas poucas e preciosas garrafas de champagne por ano. Em mais de um século, só foram colhidas, no mês de agosto, duas vezes. Em 2003 e neste ano.

Como em toda a região, 2003 rendeu uma boa safra. Neste ano, os fabricantes estão vendo a prensa e já sabem que não podem esperar muito.

Mas os vizinhos mais privilegiados preparam uma grande operação de salvamento. “As grandes casas têm reservas à disposição, têm como produzir um vinho bom, muito aceitável, mas não extraordinário. Vai ser uma alquimia elaborada”, explicou Christian Dennis, da vinícola Bolinger.

Consumo em alta

Garrafas de champagne estocadas durante anos, décadas, ficam em uma cave que se estende por mais de cinco quilômetros. Quando chegar a hora, algumas serão escolhidas, abertas, uma a uma, e misturadas à safra de 2007. Mas o processo até lá é longo: a prensa da uva, a fermentação, o amadurecimento em barris de carvalho, a transformação do vinho em champagne.

O consumo cresce, no mundo, mais de 3% ao ano. Só na União Européia, 8%. A produção também cresce rápido. Este ano pode atingir 400 milhões de garrafas, por enquanto, com a ajuda do efeito estufa, apesar dos problemas neste ano. O calor aumenta a concentração de açúcar e diminui a acidez.

“Até agora, as conseqüências do aquecimento global têm sido muito positivas. Mas se for uma tendência, imagine o que será dentro de 20 ou 30 anos. Aí, não vamos mais falar sobre champagne ou vinho, mas do futuro do planeta”, afirmou o diretor do instituto de pesquisas de Champagne.





Fonte: G1

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