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Politica Brasil
Segunda - 03 de Setembro de 2007 às 21:36

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Com a crescente expansão do setor sucroalcooleiro, Mato Grosso se prepara agora para avançar, a exemplo do Brasil, na produção de etanol à base de cana-de-açúcar. Com a plantação da cultura em 220 mil hectares, o Estado estima produzir para a safra 2007/2008, 800 milhões de litros de álcool.

Com base nesses números, o Estado é um dos mais promissores para o aumento da produção de etanol, combustível que tem a sua demanda crescente a cada ano – os números da indústria automobilística demonstram a expansão, pois, atualmente, 88% dos carros vendidos no País são no modelo Flex, que podem utilizar como combustível o álcool ou gasolina.

Com a estratégia de discutir o mercado em expansão, questões ambientais, trabalhistas, de logística, parlamentares, representantes de entidades como Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Assembléia Legislativa se reuniram nesta segunda-feira ( 03.09) na sede da Fiemt, em Cuiabá, no seminário "Etanol – Mato Grosso/Brasil – Oportunidades e Desafios", com a participação do ex-ministro da Agricultura, Antônio Cabrera e do presidente da Transpetro, Sérgio Machado.

Representando o governador Blairo Maggi, o vice-governador do Estado, Silval Barbosa, destacou como um dos pontos positivos para Mato Grosso na ampliação do setor sucroalcooleiro os avanços tecnológicos empregados na produção que estão agregando maior produtividade em menor área. "Mato Grosso apresenta inúmeras condições favoráveis e para que isso se concretize, tem que haver uma reestruturação na área agrícola e pecuária", destacou o vice-governador, que participou junto com o secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia, Alexandre Furlan, de mesas redondas nas quais se discutiram o mercado da cana-de-açúcar, os incentivos fiscais e créditos para o mercado em Mato Grosso.

LOGÍSTICA

A logística para expansão do mercado do etanol no Centro-Oeste, principalmente nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul permeou as discussões do seminário e foi definida pelos participantes como condição primordial para que essa expansão se concretize. Entre um dos mecanismos para melhoria da logística está a construção de um poliduto, que será executada pela Transpetro (subsidiária de transporte e logística da Petrobras) tem 900 km na primeira etapa, saindo da Refinaria no Paraná, passando pelo terminal de Londrina, terminal hidroviário de Bataguassu (MS), e chegando até Campo Grande (MS). Com essa obra, que consta do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e previsão de que seja concluía até 2011, parte do etanol produzido no Centro-Oeste será escoada pelo porto de Paranaguá.

O desafio apresentado por entidades e empresários do setor é trazer o poliduto até Cuiabá, ou até a região produtora de Mato Grosso. O presidente da Transpetro admitiu que o compromisso de produção do etanol é que determinará a execução dessa etapa em Cuiabá e afirmou ainda que o volume do produto transportado definirá também os custos, pois quanto mais combustível passar pelos dutos, menores serão os custos destes. O poliduto transportará o etanol de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e de parte do Norte paranaense até Paranaguá (PR) também trará de volta dois outros combustíveis – gasolina e diesel.

"O Brasil é um país extremamente competitivo na produção de etanol e para isso precisamos adequar infra-estrutura e produção. E estamos em uma época que não dá mais para investir primeiro em infra-estrutura e aguardar a produção. E a parceria entre os dois Estados é um dos caminhos para que o potencial do Centro-Oeste se solidifique na produção sucroalcooleira", afirmou Sérgio Machado acrescentando que a garantia de produção é um dos compromissos para que o poliduto tenha viabilidade.

Conforme estimativa do Sindicato das Indústrias Sucroalcoleiras de Mato Grosso (Sindalcool), para a viabilização do poliduto, Mato Grosso deve produzir em torno de 2,8 bilhões de litros de álcool, o que significa triplicar a produção atual, de 800 milhões de litros anuais. A expectativa do Sindalcool é que o Estado alcance essa produção dentro de quatro anos, quando então, segundo estima o Governo Federal, o poliduto esteja concluído.

O diretor do Sindalcool, Jorge Santos frisa ainda que além da garantia de produção, outro marco regulatório para a construção do poliduto é o licenciamento ambiental. "Além de necessitarmos de definições ambientais, a produção tem ser definida em questões ambientalmente corretas e economicamente viáveis", acrescentou Jorge.

Estudos do Sindalcool apontam que o transporte do etanol pelo poliduto possibilitará a redução de até 70% nos preços dos fretes, o que representa 25% dos custos de produção. Todo o álcool a ser transportado pelo poliduto será destinado à exportação. O mercado mato-grossense absorve 25% da produção de álcool.





Fonte: Secom-MT

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