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Internacional
Segunda - 03 de Setembro de 2007 às 12:23

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Kiruna, cidade ártica famosa por abrigar o Hotel do Gelo e a maior mina de ferro do mundo, está ameaçada por rachaduras provocadas no solo por décadas de extração de minério de ferro.

A solução para o problema é mudar a cidade para outro lugar, a quatro quilômetros de distância – casas, prédios, igreja, prefeitura, escolas, sistema de água e esgoto, estrada e ferrovia.

Todo o centro da cidade situada 145 quilômetros acima do Círculo Ártico será transferido.

No total, mais da metade de Kiruna – o segundo maior município do mundo, em área – será desmontada ou demolida. São no total 20 mil quilômetros quadrados, para uma população de 24 mil habitantes.

Caro e complicado

Na primeira fase da megaoperação de mudança, caminhões vão rebocar as primeiras 70 casas.

"Isso é muito triste. E talvez a nossa casa seja a próxima", disse a moradora Kerstin Josefsson à TV sueca.

É uma mudança complicada, planejada há três anos, e que deve levar pelo menos 30 anos para ser concluída.

Complicada e cara: a LKAB, a empresa estatal de mineração que emprega 1,8 mil habitantes, vai pagar a maior parte da conta, estimada em 30 bilhões de coroas suecas (equivalente a cerca de US$ 4,4 bilhões).

Kiruna nasceu com o início da mineração do ferro, em 1890. Mas a indústria que deu origem a cidade começou a consumir as próprias fundações de Kiruna.

Exemplo

Durante mais de 50 anos, a LKAB extraiu o minério da superfície do solo e do topo de uma montanha.

Mas a partir da década de 60 foram abertas minas subterrâneas no Monte Kiirunavaara, base deste maior depósito do mundo. Foi aí que começou o problema.

A extração do minério no subsolo de Kiruna provocou rachaduras, que se expandiram lentamente, ameaçando as fundações de casas e prédios.

O centro da cidade, situado ao pé do monte Kiirunavaara, está em uma zona crítica de perigo de desabamento – razão pela qual toda a área central será deslocada para a base do monte Luossavaara, a quatro quilômetros de distância.

A cidade depende da mina para sobreviver.

Especialmente agora, no momento de alta na demanda global por ferro, impulsionada em grande parte pelo crescimento da China.

Parte das casas e prédios de Kiruna será demolida e reconstruída no novo local.

Algumas casas serão simplesmente rebocadas. E outras construções vão ser desmontadas, pedaço por pedaço, e remontadas no novo centro da cidade - incluindo a histórica igreja da cidade, construída em 1913 em madeira e eleita, em 2001, como a mais bela construção da Suécia. Até a Prefeitura vai ser desmontada, em seis partes.

Entrevistado pela TV sueca, o vice-prefeito da cidade observou que a mudança de Kiruna pode se tornar um modelo para outras cidades – especialmente aquelas situadas em áreas litorâneas ameaçadas pela elevação do nível dos mares, que deve ser provocada nas próximas décadas pelas mudanças climáticas no mundo.





Fonte: BBC Brasil

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