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Economia
Terça - 07 de Maio de 2013 às 17:45
Por: Rodrigo Maciel Meloni

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Manoel Padilha

A caranha, espécie de peixe originária dos rios das bacias do Araguaia e Tocantins, que chegam a atingir até 20 quilos, já estão sendo vendidos pelos chineses no mercado internacional como ‘pacu vermelho’. A verificação foi feita pelo diretor técnico da Associação de Aquicultores de Mato Grosso (Aquamat), Fernando das Chagas de Medeiros, em visita a maior feira de piscicultura do mundo, a European Seafood Exposition, sediada no Brussels Exhibition & Conference Centre em Bruxelas, Bélgica, entre os dias 23 e 25 de abril de 2013.

A feira contou com a participação de 140 países e foi visitada por um público estimado em 25 mil pessoas, o que comprova a força econômica movida pela piscicultura. Para Francisco, isso é reflexo da importância da economia gerada pelo negócio. “Quando eu vi os chineses vendendo um peixe nativo tropical, eu me lembrei dos aspectos positivos que Mato Grosso possui e que nos possibilita se equiparar aos maiores produtores mundiais”, analisou Medeiros. 

O diretor técnico enumera as três principais características do estado que o coloca como o mais competitivo do País. 
“Temperatura ideal para produção de peixes nativos tropicais como pacu, pintado, tambaqui e matrinchã; recursos hídricos – MT é o único estado do País a registrar em seu território a ocorrência de três bacias hidrográficas (Paraguai, Araguaia/Tocantins e Amazônica); e a disponibilidade grãos – soja e milho -, para produção de ração para alimentação dos peixes”, destaca Medeiros.

Contudo, este potencial não é aproveitado, e a burocracia imposta pelo governo federal por meio do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) aos produtores faz com que a prática da piscicultura no estado seja deficiente. “Existem pedidos de Cessão de Uso de Águas Públicas que estão pendentes para análise no MPA desde 2008”, lamenta o diretor técnico.

Esse engessamento interfere na economia relacionada á prática. Dados oficiais mostram que a produção no estado em 2012 foi de 45 mil toneladas. Só o Lago do Manso tem capacidade anual de produção de 30 mil toneladas. Em 2010, o Brasil produziu 450 mil toneladas. No mesmo ano, a China produziu 37 milhões de toneladas. 

A morosidade da burocracia administrativa brasileira emperra o trabalho principalmente de pequenos produtores como Maria da Glória Bezerra Chaves, que trabalha no ramo há 18 anos e tem uma propriedade de 4,3 hectares de lâmina d’água. “Além da barreira imposta pelas licenças ambientais, enfrentamos o problema de não termos frigoríficos que comprem nosso peixe para processar e vender ao consumidor final”.

Para contornar a atual realidade, Francisco de Medeiros espera conseguir reverter a mentalidade das autoridades por meio da sensibilização da sociedade. “É preciso que ocorra uma mudança de mentalidade os que estão no poder, só assim nos tornaremos competitivos”, finaliza.






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