5 dos 8 delegados são do grupo de Serys e Jairo
Após brigas políticas internas, marcadas até por recursos junto à Executiva Nacional para impugnação etapas municipais, os petistas mato-grossenses elegeram oito delegados que vão representar o Estado no 3º Congresso Nacional do partido, que começa na sexta (31) e se estende até domingo (2). Dos oito delegados, cinco são da chapa que elegeu Serys Marly e Jairo Rocha, respectivamente, presidentes do diretório estadual e do municipal da Capital. A corrente Unidade da Luta, capitaneada pelos deputados Carlos Abicalil (federal) e Alexandre Cesar (estadual), terá três representantes.
Além dos oito delegados, vão estar presentes no encontro em São Paulo Jairo e Serys, como membros do diretório nacional, e a ex-deputada Vera Araújo, como integrante da executiva estadual. Do grupo de Serys e Jairo foram eleitos delegados Alexandra Nogueira, de Várzea Grande, o ex-deputado Gilney Viana, o ex-vereador por Rondonópolis, Juca Lemos, José Roberto Rodrigues, o Zé do PT, de Porto Esperidião, e o sinopense Maurício Barbosa. Da Unidade na Luta em MT, votarão no Congresso o ex-prefeito de Juína, Altir Peruzzo, o rondonopolitano Baltazar Ferreira de Melo e José Benildo Marinho, de Comodoro.
Propostas
Com 931 delegados e convidados de 32 países, o 3º Congresso, instância máxima de decisão do partido, terá três eixos que vão nortear seus debates: "O Brasil que Queremos, Socialismo Petista e PT - Concepção e Funcionamento." Na lista das propostas que serão discutidas estão a defesa de uma Assembléia Constituinte exclusiva para votar a reforma política, a convocação de um plebiscito sugerindo a reestatização da Companhia Vale do Rio Doce e a antecipação das eleições diretas, com voto dos filiados, para a escolha da nova cúpula petista.
O governo tem simpatia pela idéia da Constituinte para examinar a reforma política, mas não quer nem ouvir falar em plebiscito para questionar a privatização da Vale, ocorrida em 1997, no governo de Fernando Henrique Cardoso. Entre os signatários dessa proposta está o prefeito de Nova Iguaçu (RJ), Lindberg Farias.
Ricardo Berzoini é o terceiro presidente do PT desde que a cúpula do partido caiu em desgraça, no rastro do mensalão, em julho de 2005. Após a queda de José Genoino, hoje deputado, passaram pelo comando da sigla Tarso Genro, atual ministro da Justiça, o próprio Berzoini e Marco Aurélio Garcia, assessor do presidente Lula.
Afastado durante três meses do ano passado por causa do escândalo dos "aloprados", como Lula definiu a trama montada por petistas na eleição para comprar um dossiê contra tucanos, Berzoini retornou à presidência do PT em janeiro, após as investigações da Polícia Federal, que não apontaram sua participação no episódio.
Prestes a mudar de nome depois da sucessão de crises, o antigo Campo Majoritário sustenta que ele será o candidato da corrente à reeleição, se quiser disputá-la. O deputado, porém, resiste e alega estar enfrentando pedidos da família para não entrar no páreo. O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Luiz Dulci, é outro nome lembrado para comandar o PT, mas não deseja a vaga. Sondado, o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci hoje deputado, jura não aceitar a empreitada.
Na outra ponta, o ex-ministro Olívio Dutra - cogitado pela chapa "Mensagem ao Partido", adversária do grupo de Dirceu - também está no rol dos que resistem a disputar a presidência do PT.
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