Governo insiste em renegociar dívida de R$ 5 bi

O executivo Eder de Moras Dias, diretor-presidente da MT Fomento, está incumbido pelo governador Blairo Maggi de liderar o processo de renegociação da dívida do Estado, algo em torno de R$ 5,2 bilhões. Ele já percorreu alguns país em busca de bancos e outras instituições financeiras interessadas no negócio. O assunto divide opiniões.

A atual gestão argumenta que a nova renegociação representa prosperidade para o Estado, pois consiste em ceder o valor da dívida à vista à União e esta, por sua vez, negociar com fundo internacional, cedendo com taxa de juro melhor, sem indexação em dólar. Já a oposição e alguns técnicos entendem que não há necessidade de nova renegociação ou refinanciamento porque, com as atuais regras, em 2012 Mato Grosso já terá pago sua dívida.

Enquanto a polêmica se estabelece, o mais importante não ocorreu ainda. O governo federal, a quem cabe dar o aval final, não foi consultado. Corre-se o risco da proposta ser rejeitada pela União e ir parar na gaveta, após meses de muitas discussões, estudos e negociações.

Para o governador Maggi, é preciso buscar alternativas, já que o Estado destina 23% (cerca de R$ 55 milhões) de suas receitas mensais para pagamento da dívida. Observa que daqui a três décadas, quando findaria o contrato, o Estado ainda terá de pagar R$ 2 bilhões ou mais. Ocorre que o governo federal forneceu no governo Dante de Oliveira, quando da renegociação da dívida, espécie de um cheque especial, retroalimentando o caixa da administração estadual. Isso quer dizer que, mesmo com pagamento em dia das parcelas, os valores vão sendo remontados para o final, algo parecido com os contratos da casa própria, em que a pessoa paga por vários anos e a dívida só vai aumentando.

Pelos planos de Eder de Moraes, se Mato Grosso obtiver êxito com essa renegociação, terá cerca de R$ 2 bilhões para investir em infra-estrutura e ainda menos comprometimento com o endividamento e não vai comprometer gerações futuras.