Repórter News - reporternews.com.br
Politica Brasil
Quinta - 23 de Agosto de 2007 às 07:11

    Imprimir


O julgamento do inquérito do mensalão entra em seu segundo dia nesta quinta-feira (23) no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo a presidente do tribunal, ministra Ellen Gracie, a partir das 10h serão retomadas as apresentações de defesa pelos advogados constituídos pelos acusados.

A ministra disse que faltam 15 sustentações orais da defesa. Depois dessa etapa, o julgamento prossegue com o voto do relator da matéria, ministro Joaquim Barbosa. A votação vai determinar a abertura ou não de processo criminal contra os 40 suspeitos de participação no esquema de compra de votos de parlamentares.

O STF reservou suas sessões até sexta-feira (24) para o caso, mas a presidente já disse que, se a questão não for resolvida nesta semana, haverá sessão especial na segunda-feira.

Táticas de defesa

Nesta quarta-feira, os advogados dos acusados de participação no esquema do mensalão adotaram táticas parecidas na defesa de seus clientes. Eles buscaram desqualificar as denúncias do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, e chegaram a negar a existência do esquema.

Os advogados também afirmaram que as denúncias da Procuradoria-Geral da República são “ineptas” e "não se sustentam”, tratando-se de "criação mental" do procurador Antonio Fernando de Souza. Além disso, eles enfatizaram que as denúncias não foram individualizadas e não descrevem quais crimes os acusados cometeram.

O advogado Arnaldo Malheiros Filho, que defende o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, acusado de ser o principal interlocutor entre os núcleos do esquema, disse que nunca "se provou nem de longe" a prática de mensalão. “Não houve pagamentos mensais", disse.

Para o defensor do ex-ministro José Dirceu, José Luís Mendes de Oliveira, a denúncia não traz nada que comprove os crimes que teriam sido praticados pelo ex-ministro. "É uma peça de ficção a denúncia agora apresentada”, afirmou Mendes de Oliveira.

José Dirceu foi apontado, ao lado ex-presidente do PT e atual deputado federal José Genoino, pelo procurador-geral da República como um dos líderes do mensalão. Para o advogado de Genoino, Luiz Fernando Pacheco, a “denúncia é inepta, obscura”.

Pacheco destacou ainda que "José Genoino não está sendo acusado pelo que fez ou deixou de fazer, mas pelo que era, presidente do PT". Ele classificou de "capricho" a denúncia do procurador Antonio Fernando de Souza contra seu cliente.

O advogado José Roberto Leal de Carvalho classificou de "leviandade" as denúncias contra o ex-ministro Luiz Gushiken. Segundo ele, as acusações contra o ex-ministro não levaram em conta as investigações da CPI dos Correios, mas, sim, trechos "pinçados" para incriminá-lo.

"Isso é leviandade. Houve a deturpação da prova para apontar a autoria de Luiz Gushiken. Fazer justaposição de trechos de um depoimento, pinçar, justapor e apresentar em uma denúncia, isso não é motivo para que eu venha aplaudir a ação do Ministério Público", disse.





Fonte: G1

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/210317/visualizar/