Críticas do deputado e ex-secretário Pivetta abalam o governo Maggi
Numa demonstração de independência e de audácia, Pivetta aproveitou a presença de Maggi na solenidade que marcou a ampliação do abatedouro da Perdigão e "bateu" no governo. Discursou para cerca de 300 pessoas, entre eles empresários, e foi contundente ao dizer que a atual administração não mostrou, neste segundo mandato, a que veio. Disse que o governo está enfadonho, cansado, sem perspectivas e que falta dinamismo. Sugeriu até que o governador reduzisse a estrutura da máquina, com menos secretarias e enxugamento do quadro de servidores. Entende que alguns secretários têm atuação pífia.
Ainda no discurso, o empresário e deputado defendeu que Maggi resgatasse o fôlego do primeiro mandato e os compromissos assumidos perante a população. Apontou saúde, educação e estradas como setores deficitários.
Um tanto "baleado" com as críticas de Pivetta feitas publicamente, o governador reconheceu falhas administrativas. Disse, porém, que continua com o mesmo gás do primeiro mandato, apesar de admitir que a atual conjuntura política é diferente do que foi nos quatro primeiros anos de mandato (2003/2006). Para o governador, agora as exigências são maiores. "Eu não estou esgotado. É o Estado que está esgotado".
O Palácio Paiaguás sentiu as cutucadas de Pivetta, que ensaia, gradativamente, uma frente de oposição. Para os governistas, as críticas do deputado foram um duro golpe do companheiro e ex-auxiliar de Maggi, já que trata-se de um ex-secretário de Desenvolvimento Rural. A primeira reação contra o colega veio de Carlos Brito, que foi "engolido" nas urnas dentro do PDT pelo próprio Pivetta. Enquanto Pivetta garantiu a cadeira de deputado ao alcançar 35.901 votos, o hoje secretário ficou na primeira suplência, com 30.899 votos. Brito deve migrar para o PR em solidariedade ao amigo Maggi.
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