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Álcool faz bem, mas só para quem sabe beber
As bebidas alcoólicas em doses (bem) moderadas podem trazer benefícios ao organismo, mas, a verdade é que o brasileiro não sabe beber moderadamente. É por isso que os médicos aconselham que a abstinência é a melhor forma de lidar com o álcool no país.
“Não existe uma tradição de uso tranqüilo do álcool entre os brasileiros”, afirma a neurologista e psiquiatra Florence Kerr-Corrêa, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), uma das maiores autoridades brasileiras na área. “Quando se abre uma garrafa de vinho, é raro que se tome apenas uma taça. É preciso acabar com a garrafa. Por isso que eu não recomendo o consumo do álcool nem pelos seus efeitos terapêuticos”.
Segundo a médica, o álcool pode fazer bem para a circulação, melhorando o trabalho do coração e evitando a arteriosclerose. E não é apenas o vinho, como muitos pensam, mas qualquer bebida alcoólica. “A chave, no entanto, está no consumo moderado e é muito complicado estabelecer o que é um consumo moderado na cabeça das pessoas”, diz Kerr-Corrêa.
Ela explica onde está a segurança quando o assunto é bebida alcoólica. O consumo é considerado “moderado” quando o homem não passa de 14 doses na semana e a mulher de sete, sem jamais ultrapassar quatro doses de uma vez para eles, e três para elas. “O ideal é uma dose por dia para as mulheres e duas para os homens”, explica.
Uma “dose” é mais ou menos a quantidade de álcool que existe, por exemplo, em uma taça de 750ml de vinho ou em uma latinha, meia garrafa, ou uma “long neck” de cerveja. Florence Kerr-Corrêa diz que essas bebidas, por serem fermentadas, são mais recomendadas ao consumo consciente, porque, os destilados, como vodca e cachaça, são mais difíceis de serem controlados.
Qualquer benefício do álcool, no entanto, é imediatamente eliminado assim que a pessoa deixa a moderação de lado. “O álcool é a principal causa de incapacitação por doença entre os brasileiros. A grande maioria das quedas, acidentes, problemas de saúde que chegam a um hospital têm algum relação com o consumo de bebida alcoólica”, diz ela.
A especialista afirma que o maior risco está entre jovens e homens. “Já vi universitários falando que deixariam de ir em uma festa porque estavam tomando antibiótico e não poderiam beber. Quer dizer que festa só é divertida com álcool? É preciso estar embriagado para ser feliz? Isso é completamente errado”, critica. Outro perigo está nas festas, com as pessoas que nunca bebem e aproveitam para exagerar na celebração. “Parece que comemoração é sinônimo de bebida e é aí que mora o perigo”, diz ela.
O álcool causa dependência, problemas no fígado e nos rins, afeta a concentração e atrapalha a memória. Qualquer problema físico, e eles não são poucos, no entanto, parece pequeno perto dos enorme males “sociais” do álcool. “Bebida alcoólica em excesso gera violência e acidentes. E não apenas acidentes automobilísticos, que já são uma preocupação importantíssima. O álcool afeta o equilíbrio e a atenção e predispõe o usuário a se machucar. Faz ele se tornar violento contra pessoas desconhecidas, conhecidas e até contra familiares. Abre uma porta perigosa para o sexo sem proteção. Uma dose a mais pode deixar o caminho livre para uma gravidez indesejada, para contaminação por Aids e para doenças sexualmente transmissíveis”, alerta a médica.
Além disso, quando o álcool afeta e modifica os neurônios, há o risco do alcoolismo. E quem cai nessa armadilha, nunca mais vai se relacionar normalmente com a bebida. Kerr-Corrêa alerta para os sintomas, que não são tão simples de serem observados. “Beber uma dose por dia faz bem, não é sinal de alcoolismo. Mesmo quem bebe demais de vez em quando pode não ser um alcoólico -– se conseguir parar. O sinal é quando a pessoa deixa de mandar no álcool e o álcool passa a mandar na pessoa”, explica.
“Se você sente que precisa tomar uma dose, se vive fazendo promessas de que vai parar de beber, se fica nervoso e agitado quando passa muito tempo sem álcool, é um sinal de que você está perdendo a sua liberdade e que é hora de procurar ajuda”, aconselha.
“Não existe uma tradição de uso tranqüilo do álcool entre os brasileiros”, afirma a neurologista e psiquiatra Florence Kerr-Corrêa, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), uma das maiores autoridades brasileiras na área. “Quando se abre uma garrafa de vinho, é raro que se tome apenas uma taça. É preciso acabar com a garrafa. Por isso que eu não recomendo o consumo do álcool nem pelos seus efeitos terapêuticos”.
Segundo a médica, o álcool pode fazer bem para a circulação, melhorando o trabalho do coração e evitando a arteriosclerose. E não é apenas o vinho, como muitos pensam, mas qualquer bebida alcoólica. “A chave, no entanto, está no consumo moderado e é muito complicado estabelecer o que é um consumo moderado na cabeça das pessoas”, diz Kerr-Corrêa.
Ela explica onde está a segurança quando o assunto é bebida alcoólica. O consumo é considerado “moderado” quando o homem não passa de 14 doses na semana e a mulher de sete, sem jamais ultrapassar quatro doses de uma vez para eles, e três para elas. “O ideal é uma dose por dia para as mulheres e duas para os homens”, explica.
Uma “dose” é mais ou menos a quantidade de álcool que existe, por exemplo, em uma taça de 750ml de vinho ou em uma latinha, meia garrafa, ou uma “long neck” de cerveja. Florence Kerr-Corrêa diz que essas bebidas, por serem fermentadas, são mais recomendadas ao consumo consciente, porque, os destilados, como vodca e cachaça, são mais difíceis de serem controlados.
Qualquer benefício do álcool, no entanto, é imediatamente eliminado assim que a pessoa deixa a moderação de lado. “O álcool é a principal causa de incapacitação por doença entre os brasileiros. A grande maioria das quedas, acidentes, problemas de saúde que chegam a um hospital têm algum relação com o consumo de bebida alcoólica”, diz ela.
A especialista afirma que o maior risco está entre jovens e homens. “Já vi universitários falando que deixariam de ir em uma festa porque estavam tomando antibiótico e não poderiam beber. Quer dizer que festa só é divertida com álcool? É preciso estar embriagado para ser feliz? Isso é completamente errado”, critica. Outro perigo está nas festas, com as pessoas que nunca bebem e aproveitam para exagerar na celebração. “Parece que comemoração é sinônimo de bebida e é aí que mora o perigo”, diz ela.
O álcool causa dependência, problemas no fígado e nos rins, afeta a concentração e atrapalha a memória. Qualquer problema físico, e eles não são poucos, no entanto, parece pequeno perto dos enorme males “sociais” do álcool. “Bebida alcoólica em excesso gera violência e acidentes. E não apenas acidentes automobilísticos, que já são uma preocupação importantíssima. O álcool afeta o equilíbrio e a atenção e predispõe o usuário a se machucar. Faz ele se tornar violento contra pessoas desconhecidas, conhecidas e até contra familiares. Abre uma porta perigosa para o sexo sem proteção. Uma dose a mais pode deixar o caminho livre para uma gravidez indesejada, para contaminação por Aids e para doenças sexualmente transmissíveis”, alerta a médica.
Além disso, quando o álcool afeta e modifica os neurônios, há o risco do alcoolismo. E quem cai nessa armadilha, nunca mais vai se relacionar normalmente com a bebida. Kerr-Corrêa alerta para os sintomas, que não são tão simples de serem observados. “Beber uma dose por dia faz bem, não é sinal de alcoolismo. Mesmo quem bebe demais de vez em quando pode não ser um alcoólico -– se conseguir parar. O sinal é quando a pessoa deixa de mandar no álcool e o álcool passa a mandar na pessoa”, explica.
“Se você sente que precisa tomar uma dose, se vive fazendo promessas de que vai parar de beber, se fica nervoso e agitado quando passa muito tempo sem álcool, é um sinal de que você está perdendo a sua liberdade e que é hora de procurar ajuda”, aconselha.
Fonte:
G1
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/210993/visualizar/
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