Após Cansei, parentes de vítimas da TAM evitam protestos

Após se dizeram usados durante uma manifestação do Movimento Cívico pelo Direito dos Brasileiros, o Cansei, que aconteceu na sexta-feira (17) em São Paulo, parentes de vítimas do acidente com o vôo 3054 da TAM evitaram aparecer em um novo protesto ocorrido na tarde deste sábado (18), no Obelisco do Ibirapuera, na Zona Sul de São Paulo.

“Não vai ninguém nesses movimentos que estão criando em nosso nome. A gente está fora. O Cansei foi a gota d’água. Estão tentando dar legitimidade a movimentos nos usando. Nós cansamos deles”, afirmou Luis Moyses, marido de Nádia Moyses, que morreu no acidente.

Um grupo de cerca de 15 familiares e amigos de vítimas do acidente com o vôo 1907 da Gol - ocorrido no ano passado - realizou um ato no Obelisco esta tarde. Eles vieram de Campinas, a 95 km de São Paulo para participar de uma manifestação encabeçada pelo movimento que estabeleceu 18 de agosto deste ano como o Dia Nacional sem Vôos.

A expectativa deles era participar de uma caminhada em direção ao Aeroporto de Congonhas. A manifestação, no entanto, havia sido cancelada no início do mês. No blog do movimento, a orientação era para que houvesse protestos individuais ou reunião de grupo em aeroportos.

O protesto durou poucos minutos. Segundo a presidente da Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Vôo 1907, Angelita Marchi, o objetivo era denunciar a impunidade e a falta de respeito com as famílias do mortos no acidente. Segundo ela, estiveram no local cinco parentes de vítimas do acidente com o vôo 3054 da TAM, que aconteceu em 17 de julho deste ano.

Os familiares dos mortos no desastre da TAM afirmam que só participarão em grupo de manifestações promovidas por eles mesmos, como a que aconteceu na sexta-feira (17), no local da tragédia. “Se quiserem se juntar a nós, que se juntem”, disse Moyses. Os familiares alegam que não querem se associar a protestos de caráter político.