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Politica Brasil
Sexta - 17 de Agosto de 2007 às 13:28
Por: Édio Martins

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A tentativa de transformar as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), na Grande Cuiabá, como trampolim político, revoltou alguns dos principais segmentos dos movimentos populares do Estado. A criação de Comitês Municipais de Fiscalização das Obras do PAC na Capital e em Várzea Grande, sem consulta prévia às bases, com discussões em fóruns ou audiências públicas em setores interessados, foi recebida como uma manobra política do presidente da Assembléia Legislativa, deputado Sérgio Ricardo (PR).

Lançado em Cuiabá há duas semanas, pelo presidente Lula da Silva, o PAC prevê quase R$ 600 milhões de investimentos em saneamento básico, em quatro cidades de Mato Grosso: Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis e Sinop.

A exclusão de entidades importantes das bases populares, como a União Cuiabana de Associações de Moradores de Bairros (Ucamb), o Sindicato de Moto Taxistas de Mato Grosso (SindMotos), a União das Feiras da Baixada Cuiabana (UFBC) e a Federação dos Servidores Públicos do Estado, entre outras, denota clara artimanha política de Sérgio Ricardo com vistas à disputa pela Prefeitura de Cuiabá, em 2008.

"Está claro que o tal Comitê de Fiscalização do PAC é uma tentativa de enganar novamente os movimentos populares da Capital, porque já existem outros órgãos fiscalizadores, como os Tribunais de Contas do Estado e da União, a Auditoria Geral do Estado, a Controladoria Geral da União e o Ministério Público, entre outros", argumenta o presidente da Ucamb, Édio Martins de Souza.

Mesmo tendo sido convidado para a reunião no Palácio Dante de Oliveira, embora o assunto não tenha sido especificado com antecedência, Édio Martins não compareceu, porque não lhe foi dado tempo hábil para que, antes, ouvisse, em assembléia geral, os presidentes de associações de Bairros da Capital.

Para o presidente da UFBC, Pedro Albuquerque, o Pedrinho da Feira, a tentativa de utilizar os movimentos populares para politicagem com obras do PAC é má fé. "A verba do PAC é federal, enviada pelo governo Lula. Como é que a Assembléia pretende interferir na destinação nesses recursos?", questiona Pedrinho da Feira.

O presidente do SindMotos, Vilson Neves, acredita que a criação do tal Comitê de Fiscalização do PAC tem claros fins eleitoreiros. "Se não fosse de mero cunho eleitoral, sem dúvida, a questão seria discutida amplamente em fóruns setoriais ou assembléias gerais de cada categoria convidada para fazer parte do Comitê", resume Vilson.

Os dirigentes das bases populares acreditam que os presidentes da Federação Mato-Grossense das Associações de Bairros (Femab), da União Coxipoense (Ucam) e da União Várzeagrandense (Univag), tenham entrado no Comitê de Fiscalização agindo de boa fé, mas sem saber com clareza a função desse organismo.

Sérgio Ricardo não atendeu às ligações telefônicas da reportagem nem retornou aos recados deixados na assessoria da Presidência da Assembléia.





Fonte: Assessoria

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