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Politica Brasil
Sexta - 17 de Agosto de 2007 às 02:41

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Os extratos bancários da jornalista Mônica Veloso, que estão desde ontem sendo analisados pelo Instituto Nacional de Criminalística (INC), não comprovam que o dinheiro que ela recebeu do lobista Cláudio Gontijo provém da renda do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a título de pensão alimentícia. Com datas e valores de depósitos na conta da jornalista, os extratos, segundo uma autoridade com acesso às investigações, só serviram para “refinar” a constatação do INC ao longo de dois meses de perícia nos documentos de defesa do senador.

Renan responde a processo por quebra de decoro no Conselho de Ética do Senado, sob a acusação de ter despesas pessoais bancadas pelo lobista, que trabalha para a empreiteira Mendes Júnior. Praticamente pronto, o laudo passa pelas últimas checagens e, segundo a Polícia Federal, responderá de forma técnica e objetiva aos 30 quesitos formulados pelo Senado. No conjunto, o documento é desfavorável ao senador porque foram detectadas notas fiscais frias, emitidas por empresas inidôneas, e identificadas inconsistências na comprovação da origem das rendas do senador.

Mas há pelo menos duas respostas favoráveis a Renan. O preço do gado que ele diz ter vendido está dentro do valor de mercado e não foram identificados sinais de superfaturamento, como se especulou. Ficou também demonstrado que Renan tinha recursos suficientes para arcar com a pensão paga à jornalista - com quem tem uma filha de 3 anos -, de abril de 2004 a dezembro de 2006, totalizando R$ 418 mil. Com base no laudo e outras provas, o Conselho decidirá se houve quebra de decoro, o que implica cassação do mandato do senador e suspensão dos seus direitos políticos.

Em contrapartida, não ficou comprovado se de fato ocorreram as operações de venda de gado, com as quais Renan alega ter faturado R$ 1,9 milhão em quatro anos. Os documentos que sustentam os negócios estão recheados de inconsistências. O INC também não conseguiu provas de que a fortuna acumulada por Renan desde 2002 provém das suas rendas agropecuárias e do seu salário de parlamentar. Ao contrário, foram detectadas incompatibilidades. Embora o laudo deva estar pronto na segunda-feira, o Senado pediu à PF que a entrega seja feita só na terça porque na segunda, como de praxe, a casa deve estar vazia.





Fonte: AE

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