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Frigoríficos pagam mais em Mato Grosso pela arroba do boi rastreado
Na avaliação de Brener, a rastreabilidade pode gerar outros ganhos, além do financeiro, nas propriedades. Ele diz que o produtor tem maior controle do desempenho de cada animal, aproveita os dados para buscar outros lucros e gerencia melhor o negócio. Ele completa dizendo que cerca de 54 países da União Européia importam carne brasileira, e que com a rastreabilidade uma nova porta se abre na conquista de mercados internacionais para o consumo do produto brasileiro.
O presidente do Sindicato das Indústrias Frigoríficas do Estado de Mato Grosso (Sindifrigo), Luiz Antônio Freitas Martins, confirma que as indústrias remuneram melhor os produtores cujos animais são rastreados e que isso vem ocorrendo há três anos. Ele afirma que um boi tem aproximadamente 17 arrobas e que cada uma delas é comercializada a R$ 57 por animal não rastreado, e R$ 59 para os incluídos no Sisbov, o que gera um ganho de R$ 34 por cabeça. "Estamos no caminho certo e os produtores estão conscientes da importância de ter o animal credenciado no sistema, o que vai beneficiar consumidores e produtores".
Martins afirma que no Estado 32 frigoríficos estão em operação para o abate de bovino e juntos têm capacidade para abater 20 mil animais/dia, o que totaliza 440 mil cabeças ao mês. Ele informa que 26% da produção mato-grossense são exportadas para outros países e que 4% ficam no Estado para atender ao consumo interno. Outros 70% dos animais abatidos são comercializados com outras unidades da federação. "Ainda temos muitos problemas com a logística, pois a precariedade das rodovias acaba comprometendo a qualidade da carne. Além da estrutura portuária deficiente, que muitas vezes atrasa o embarque".
Criadores mato-grossenses estão divididos
Os produtores mato-grossenses ainda se mostram divididos quanto à adesão ao novo Serviço Brasileiro de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (Sisbov), mesmo que entidades ligadas ao segmento se esforcem para que a adesão chegue à quantidade ideal, estimada em 3,5 milhões de cabeças este ano. O produtor Gilson Gonçalo de Arruda, que tem um rebanho calculado em cerca de 10 mil cabeças distribuídas em duas propriedades localizadas em Poconé e Alta Floresta, afirma que 20% do rebanho já foram cadastrados no sistema, sendo que 50% foram negociados com os frigoríficos.
Na opinião dele, a certificação dos animais e da propriedade não se discute, já que é uma exigência de boa parte dos países importadores de carne e que sem esta condição será mais complicado encontrar mercado consumidor para o produto mato-grossense. "Os produtores do Estado ainda contam com outra vantagem diante dos concorrentes, pois há 15 anos não há focos de febre aftosa no rebanho estadual", diz ao confirmar que o preço recebido pelo animal rastreado é diferenciado
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