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Politica Brasil
Quarta - 15 de Agosto de 2007 às 13:21

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Com um discurso acirrado em favor de uma educação política como principal arma de combate à corrupção eleitoral, o juiz-membro titular do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso, o advogado Renato Vianna Gome criticou a morosidade para aprovação da reforma política no Brasil. Foi durante solenidade de posse no cargo, ocorrida na noite de terça-feira.

Para Vianna, a reforma polítca "insiste em não sair dos gabinetes". Segundo ele, as mudanças devem ser fruto de aprimoramento das instituições e não pretexto para atenuar mazelas recentes, mas para isso é preciso trazer a discussão para as ruas, ou seja, para o meio acadêmico, entidades civis e organizadas e para a mídia. "Não podemos nos apegar ao fato de que escândalos políticos seja a razão suficiente para modificações eleitorais", disparou.

Vianna também confessou tristeza ao constatar o desinteresse dos operadores de direito pela discussão acerca do interesse público que, segundo sua avaliação, é resultante de uma formação acadêmica despolitizada que começa nos anúncios do sistema de ensino superior privado.

Ele analisou o contéudo das páginas de internet de várias faculdades no país onde constatou os indícios da despolitização e, como exemplo, citou as universidades cariocas Estácio de Sá e Gama Filho que oferecem seus campi na Barra da Tijuca apelando para o estrangeirismo e onde o principal produto vendido é o "bom gosto".

"Os sítios mais parecem páginas de revistas com anúncios de propaganda, onde o aluno é reduzido à mera situação de consumidor, é a verdadeira banalização do conhecimento. São páginas vazias de conteúdo educativo, mais se aproximando de centro de lazer do que do de estabelecimento de ensino", avaliou. Constatou ainda, o sorteio de vagas patrocinado por uma faculdade de direito ocorrido no interior de Mato Grosso. "Como esperar que dessas "universidades" saiam os futuros operadores do direito com um mínimo de consciência política?", indagou Renato.

Para o jurista, a ausência de uma formação para conscientização política da sociedade é que possibilita a escolha de maus políticos e favorecem sua atuação na prática de abuso de poder econômico e a "forma odiosa de compra de voto. "O cidadão deve ser instado, desde sua tenra idade a descobrir o valor da política em sua vida e só assim, com o mínimo de formação poderá através do exercício contínuo do voto escolher com sabedoria seus governantes", afirmou.

Segundo Renato Vianna o Poder Judiciário, principalmente na área eleitoral, tem um importante papel para despertar a consciência política do cidadão, promovendo uma aproximação com a sociedade por meio das escolas, entidades de classes, associações e clubes de bairros. Ele ainda conclamou os presentes a despertar-se para uma consciência cívica, onde cada um possa dar uma parcela de contribuição no combate aos abusos que provocam o desequilíbrio na disputa eleitoral.

Destacou ainda o papel da mídia como importante parceira da Justiça Eleitoral na busca do aprimoramento das instituições democráticas. "não há como ir ao encontro da população senão através da mídia (...), é a mídia com senso de responsabilidade que no exercício cotidiano de seu senso crítico, atua, participa, cobra e contribui na formação da consciência do cidadão".





Fonte: Assessoria/TRE-MT

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