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Politica Brasil
Quarta - 15 de Agosto de 2007 às 09:44

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Pela terceira vez, o presidente do Senado, senador Renan Calheiros (PMDB-AL) - acusado de pagar despesas pessoais com recursos de um lobista de empreiteira -, discursou do plenário, e não da cadeira de presidente, para se defender e afirmar que está sendo vítima de "politicagem regional" e alvo de "matérias jornalísticas profundamente indignas".

O senador, que ao final do discurso se comparou ao filósofo grego Sócrates, acabou fazendo elogios aos dois principais adversários de sua permanência no cargo - os senadores Jefferson Péres (PDT-AM) e José Agripino (DEM-RN).

O presidente do Senado afirmou que não reviverá o processo de Sócrates, "condenado a beber cicuta na prisão, em Atenas, por um tribunal político que o julgou em nome de ressentimentos e por motivos distanciados da verdade."

O filósofo grego Sócrates, acusado por Mileto, Anito e Licon de corromper a mocidade e negar os deuses da Grécia, apesar de ser considerado por outros filósofos um cidadão exemplar, morreu no ano de 399 antes de Cristo, com 71 anos de idade, depois de se recusar a se defender perante os juízes, que o condenaram à morte por envenenamento.

Calheiros começou o pronunciamento dizendo que renovava sua "mais profunda indignação com a incessante campanha de imposturas" de que estaria sendo vítima. Segundo o senador, seus inimigos, não satisfeitos em acusá-lo, "buscam fomentar a cizânia, criar mexericos" para lançá-lo contra outros senadores.

"Também não vão conseguir. Trata-se de uma prática antidemocrática e repulsiva. E eu tenho a satisfação de poder dizer que só fiz amigos nesta Casa", declarou. Ao mencionar Jefferson Péres, Calheiros disse que este é um dos parlamentares que já foram alvo desse mesmo tipo de intriga.

"Não vão conseguir me intrigar ou indispor com ninguém. Declaro de público, para desfazer, de uma vez por todas, as notas jornalísticas maldosas, que tenho muito apreço e total respeito pelo senador Jefferson Péres, caráter sem jaça, referência moral, figura ímpar a quem reconheço como paradigma a ser seguido."

Péres foi o primeiro a pedir que Calheiros se licenciasse do cargo de presidente do Senado enquanto são julgadas as denúncias contra ele, que tramitam no Conselho de Ética da Casa. Ao falar do líder do DEM, José Agripino, o presidente do Senado afirmou que também esse senador já foi alvo de intrigas.

Calheiros disse que todos sabem de seu "apreço" por Agripino e que gostaria de abraçá-lo publicamente. "Para reiterar minha admiração por ele." Afirmou que são"interesses políticos mesquinhos, paroquiais, embalados pelo ressentimento e pelo rancor sem limites, levados para o lado pessoal, que giram essa manivela repulsiva da acusação fácil e irresponsável."

Voltou a acusar a revista "Veja" de fomentar as acusações contra ele. "O grupo Abril está turvando os fatos, objetivando manter incógnita uma bilionária transação, contrária ao interesse nacional", disse, se referindo à venda da TVA à espanhola Telefónica.





Fonte: Tribuna da Imprensa

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