Supostos 'laranjas' de Renan têm mais uma rádio em AL
A assessoria de imprensa do senador disse que ele não comentaria o caso. A Mesa do Senado já recebeu representação para que seja aberta investigação sobre denúncias de que Renan usou o nome de laranjas para constituir a empresa JR Radiodifusão e comprar um jornal e rádios em Alagoas.
A empresa recebeu a concessão de quatro rádios em Alagoas. Duas delas já foram aprovadas: a Murici FM, no município de Murici, e a Porto Real FM, em Porto Real do Colégio. Já as FMs dos municípios de Água Branca e Joaquim Gomes ainda dependem da aprovação do Congresso.
O Senado aprovou a concessão da Murici FM no dia 2 de julho de 2007, quando Renan já respondia a processo por quebra de decoro parlamentar. O pedido foi aprovado pela Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática, sem precisar passar pela votação em plenário.
Empresa
A JR Radiodifusão é uma empresa que, segundo a revista “Veja”, teria sido constituída por laranjas do senador Renan Calheiros e do usineiro João Lyra. A empresa passou por alterações societárias e, em 2005, o filho de Calheiros, Renan Calheiros Filho, foi incorporado ao quadro de sócios. A revista apresentou o contrato com a inclusão do nome do filho do senador, e a veracidade dos documentos não foi contestada por Calheiros.
No site da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), órgão que regula as telecomunicações no país, o filho do senador não é listado como sócio da JR Radiodifusão. Pela inscrição na Anatel, aparecem os nomes de Carlos Ricardo Nascimento Santa Ritta, funcionário do gabinete do senador, e de José Carlos Pacheco Paes, que segundo a “Veja”, seriam laranjas de Renan e João Lyra.
O filho de Renan é sócio ainda de uma outra empresa ligada às telecomunicações: o Sistema Costa Dourada, proprietário das rádios Correio AM e CBN FM de Maceió. Além dele, compõem o quadro societário da empresa José Queiros de Oliveira e Ildefonso Tito Uchoa, primo do presidente do Senado.
Cervejaria
A Mesa diretora enviou processo na terça (7) ao Conselho de Ética para que Renan seja investigado pela acusação de suposta ligação com uma cervejaria. Segundo reportagem da revista “Veja”, ele teria atuado em favor da Schincariol no INSS para impedir a cobrança de uma dívida de R$ 100 milhões.
Demora
Nesta quarta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva queixou-se da demora na solução do caso Renan. “Esse caso não pode ficar a vida inteira dependendo dos discursos políticos. Em algum momento vai ter de decidir: ou o Senado julga, ou a PF investiga, ou a Suprema Corte julga, porque tudo tem de ter um começo, meio e fim."
Lula disse que Renan, acusado por ter despesas pessoais pagas por lobistas, já apresentou todos os documentos exigidos por seus investigadores.
"Todo brasileiro, os 190 milhões, terá meu apoio porque todos são inocentes até que se prove o contrário", declarou, ao ser questionado se manterá seu apoio à permanência de Renan no posto.
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