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Lula busca no México estreitamento de relações
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva começa neste domingo pelo México uma viagem de seis dias a cinco países da região - depois do México, visita Honduras, Nicarágua, Jamaica e Panamá.
No México, a visita tem o duplo objetivo de incrementar o comércio e os investimentos entre os dois países e também estreitar o diálogo político, que na avaliação de diplomatas dos dois lados já melhorou muito desde a eleição do presidente Felipe Calderón, há um ano.
"O exercício de aproximação é bastante intenso", diz o embaixador Gonçalo Mourão,diretor do Departamento de México, América Central e Caribe do Itamaraty, lembrando que os dois já se encontraram quatro vezes neste período, uma delas durante uma visita de Calderón a Brasília no ano passado, ainda antes da posse.
"Há uma nova relação entre México e Brasil", disse à BBC Brasil o embaixador mexicano em Brasília, Andrés Valencia. "A viagem marca uma nova etapa na relação entre México e Brasil tanto no âmbito político, quanto econômico e de cooperação", afirmou.
No ano passado, o Brasil exportou ao México US$ 4,5 bilhões, o equivalente a 3,24% das vendas externas brasileiras e quinto maior mercado de exportações.
As importações somaram US$ 1,3 bilhão, o equivalente a 1,4% das compras mexicanas.
Desde 2002, dobrou o intercâmbio comercial entre os dois países, principalmente com a troca de autopeças entre as montadoras instaladas nos dois países.
O setor automotivo responde por 45% das exportações brasileiras e quase 27% das importações.
O embaixador brasileiro na Cidade do México, Ivan Cannabrava, lembra que o diálogo político entre os dois países também é muito importante, já que Brasil e México são as duas maiores economias da América Latina e ambos fazem parte parte do grupo ampliado que participa como convidado das reuniões do G8.
"A mensagem (do presidente Lula) é de uma relação mais forte com o México", afirmou o embaixador.
Os dois países divergem, no entanto, sobre um dos aspectos mais importantes na política externa do governo Lula: a reivindicação para o Brasil de um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas, não apoiada pelo México, que também é candidato.
"As convergências na ONU são maiores do que as divergências", diz o embaixador Gonçalo Mourão.
Na visita, serão assinados oito acordos, entre eles um de cooperação em assuntos migratórios para prevenir o tráfico de migrantes.
Em 2005, o México revogou o acordo de isenção de visto entre os dois países e passou a exigir o visto de entrada no país para brasileiros, depois do aumento expressivo nos anos anteriores de brasileiros entrando ilegalmente nos Estados Unidos através da fronteira mexicana.
Outro acordo é na área energética, para cooperação entre a Petrobras e a estatal mexicana Pemex - embora a legislação do país garanta o monopólio do setor à estatal. O presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, participa da delegação.
O México também está interessado em conhecer a tecnologia brasileira de produção de etanol a partir de cana-de-açúcar.
Na semana passada, o presidente argentino Néstor Kirchner, em visita ao país, assinou um acordo de parceria estratégica e convidou o presidente mexicano a aderir ao Mercosul.
O embaixador Gonçalo Mourão diz que o Mercosul "não é tema de conversa entre os dois países neste momento, mas o México é sempre benvindo na integração latinoamericana".
O México faz parte, junto com Estados Unidos e Canadá, do Nafta, a área de livre comércio da América do Norte, o que limitaria a adesão do país a outros acordos semelhantes.
México e Brasil têm no momento um Acordo de Complementação Econômica (ACE), que estabelece preferências tarifárias para 800 produtos e pode evoluir, no futuro, para um acordo de livre comércio.
"A negociação do ACE é a grande negociação entre Brasil e México", diz o embaixador Mourão.
O presidente Lula chega à Cidade do México neste domingo à tarde, mas não tem nenhum compromisso oficial neste dia.
A programação começa na segunda-feira de manhã, com um discurso no encontro de empresários mexicanos e brasileiros, organizado pela Confederação Nacional da Indústria e pela associação mexicana equivalente.
Em seguida, o presidente participa de uma cerimônia de oferenda floral no Altar da Pátria e se encontra com o presidente Felipe Calderón no palácio nacional.
Lula faz também uma visita ao Senado, almoça com líderes parlamentares e visita a sede do governo do Distrito Federal.
À noite, será o homenageado de um jantar solene no Castelo de Chapultepec.
Na terça-feira de manhã, o presidente parte para Honduras e, no fim do dia, para a Nicarágua.
No México, a visita tem o duplo objetivo de incrementar o comércio e os investimentos entre os dois países e também estreitar o diálogo político, que na avaliação de diplomatas dos dois lados já melhorou muito desde a eleição do presidente Felipe Calderón, há um ano.
"O exercício de aproximação é bastante intenso", diz o embaixador Gonçalo Mourão,diretor do Departamento de México, América Central e Caribe do Itamaraty, lembrando que os dois já se encontraram quatro vezes neste período, uma delas durante uma visita de Calderón a Brasília no ano passado, ainda antes da posse.
"Há uma nova relação entre México e Brasil", disse à BBC Brasil o embaixador mexicano em Brasília, Andrés Valencia. "A viagem marca uma nova etapa na relação entre México e Brasil tanto no âmbito político, quanto econômico e de cooperação", afirmou.
No ano passado, o Brasil exportou ao México US$ 4,5 bilhões, o equivalente a 3,24% das vendas externas brasileiras e quinto maior mercado de exportações.
As importações somaram US$ 1,3 bilhão, o equivalente a 1,4% das compras mexicanas.
Desde 2002, dobrou o intercâmbio comercial entre os dois países, principalmente com a troca de autopeças entre as montadoras instaladas nos dois países.
O setor automotivo responde por 45% das exportações brasileiras e quase 27% das importações.
O embaixador brasileiro na Cidade do México, Ivan Cannabrava, lembra que o diálogo político entre os dois países também é muito importante, já que Brasil e México são as duas maiores economias da América Latina e ambos fazem parte parte do grupo ampliado que participa como convidado das reuniões do G8.
"A mensagem (do presidente Lula) é de uma relação mais forte com o México", afirmou o embaixador.
Os dois países divergem, no entanto, sobre um dos aspectos mais importantes na política externa do governo Lula: a reivindicação para o Brasil de um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas, não apoiada pelo México, que também é candidato.
"As convergências na ONU são maiores do que as divergências", diz o embaixador Gonçalo Mourão.
Na visita, serão assinados oito acordos, entre eles um de cooperação em assuntos migratórios para prevenir o tráfico de migrantes.
Em 2005, o México revogou o acordo de isenção de visto entre os dois países e passou a exigir o visto de entrada no país para brasileiros, depois do aumento expressivo nos anos anteriores de brasileiros entrando ilegalmente nos Estados Unidos através da fronteira mexicana.
Outro acordo é na área energética, para cooperação entre a Petrobras e a estatal mexicana Pemex - embora a legislação do país garanta o monopólio do setor à estatal. O presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, participa da delegação.
O México também está interessado em conhecer a tecnologia brasileira de produção de etanol a partir de cana-de-açúcar.
Na semana passada, o presidente argentino Néstor Kirchner, em visita ao país, assinou um acordo de parceria estratégica e convidou o presidente mexicano a aderir ao Mercosul.
O embaixador Gonçalo Mourão diz que o Mercosul "não é tema de conversa entre os dois países neste momento, mas o México é sempre benvindo na integração latinoamericana".
O México faz parte, junto com Estados Unidos e Canadá, do Nafta, a área de livre comércio da América do Norte, o que limitaria a adesão do país a outros acordos semelhantes.
México e Brasil têm no momento um Acordo de Complementação Econômica (ACE), que estabelece preferências tarifárias para 800 produtos e pode evoluir, no futuro, para um acordo de livre comércio.
"A negociação do ACE é a grande negociação entre Brasil e México", diz o embaixador Mourão.
O presidente Lula chega à Cidade do México neste domingo à tarde, mas não tem nenhum compromisso oficial neste dia.
A programação começa na segunda-feira de manhã, com um discurso no encontro de empresários mexicanos e brasileiros, organizado pela Confederação Nacional da Indústria e pela associação mexicana equivalente.
Em seguida, o presidente participa de uma cerimônia de oferenda floral no Altar da Pátria e se encontra com o presidente Felipe Calderón no palácio nacional.
Lula faz também uma visita ao Senado, almoça com líderes parlamentares e visita a sede do governo do Distrito Federal.
À noite, será o homenageado de um jantar solene no Castelo de Chapultepec.
Na terça-feira de manhã, o presidente parte para Honduras e, no fim do dia, para a Nicarágua.
Fonte:
BBC Brasil
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/213465/visualizar/
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