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Politica Brasil
Sábado - 04 de Agosto de 2007 às 07:16
Por: Catarine Piccioni

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Em depoimento à Polícia Judiciária Civil nesta sexta-feira, o ex-prefeito de Nobres (151 km de Cuiabá), Devair Valim de Melo (foto), do DEM, investigado na Operação Guilhotina, admitiu ter sido o procurador do deputado Humberto Bosaipo (DEM) na venda de uma fazenda, mas negou ter agilizado a tramitação do plano de manejo florestal sustentável e projeto de exploração florestal para a área junto à Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema). Tais processos apresentaram indícios de irregularidades. A reportagem apurou que a versão apresentada por Melo em relação às supostas fraudes não convenceu os responsáveis pela investigação.

Melo confirmou o vínculo com o parlamentar e disse que colabora com as campanhas eleitorais do democrata há 16 anos. Dos R$ 500 mil pagos pela compradora da fazenda, Silmara dos Santos Nunes, R$ 250 mil teriam sido embolsados por Melo e a outra metade por Bosaipo. O montante, segundo o acusado, fora depositado em contas bancárias pertencentes a terceiros.

O ex-prefeito está preso desde ontem, no anexo do presídio Pascoal Ramos, em Cuiabá, onde deve cumprir o mandado de prisão temporária, válido até a próxima segunda-feira. Segundo o advogado dele, Milton Damaceno, as acusações de que o cliente interferiu no plano de manejo e projeto de exploração florestal não têm fundamento. Antes de se apresentar à polícia, a defesa tentou obter, sem êxito, habeas corpus.

De acordo com o Ministério Público Estadual, Melo teria vendido créditos lançados no sistema de Cadastro de Consumidores de Produtos Florestais, da Sema, sem explorar a área, e teria indicado que o local fica em região de floresta e não no cerrado, onde há menos madeira. Para o advogado, tais ações dizem respeito à proprietária das terras e ao engenheiro florestal responsável.

Indiciado por crimes contra a administração ambiental, Melo deve depor novamente na semana que vem, após delegados e promotores analisarem documentos e ouvirem outras pessoas. Dois outros acusados estão presos sob a suspeita de participarem do esquema fraudulento que envolvia madeireiras que já possuíam ou pretendiam adquirir madeira ilegal. As empresas compravam os créditos florestais.

As terras em questão, quase 2.500 hectares, pertenciam ao ex-prefeito Priminho Riva (PP) e ficam entre Juara e Alta Floresta. A negociação entre Silmara e Bosaipo ocorreu em 2006. O parlamentar nega qualquer irregularidade. A Operação Guilhotina foi desencadeada no dia 3 de julho e motivou a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembléia Legislativa.

Histórico -- Devair Valim de Melo responde a uma série de ações cíveis e penais, inquéritos policiais, entre outras representações, tanto na Justiça estadual como federal. As principais acusações são de improbidade administrativa, corrupção passiva, crimes contra a ordem econômica, estelionato e crimes de responsabilidade. Melo também enfrenta processos de execução fiscal e reintegração de posse.





Fonte: Olhar Direto

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