Tucanos dão saída de Wilson como certa e lembram expulsão de Dante
Os elogios ao presidente tornaram a posição de Santos quase que insustentável. “Nada justifica a condição de prefeito para tamanho exagero e submissão do prefeito Wilson Santos perante ao presidente Lula e ao governador Maggi” – disseram tucanos. “Apesar de momentos diferentes, Brizola expulsou o então governador Dante de Oliveira do PDT, pelo fato de Dante, com a desculpa de ser governador, apoiar todas as decisões do então presidente, Fernando Henrique Cardoso”.
Ao usar da palavra, o prefeito agradeceu ao presidente pelo destacado espírito público. “O senhor mostra que a fase do ganhadores e perdedores nas eleições e na política é concepção ultrapassada. Hoje o senhor demonstra com essa atenção a Cuiabá e a Mato Grosso que não há perdedores e ganhadores. Na verdade, sr presidente, todos ganham, porque os interesses de Cuiabá, aqui neste instante muito bem demonstrado, estão acima de diferenças partidárias.
Wilson Santos também observou que nos quase 300 anos, Cuiabá não se recorda de ter tido um presidente da República com tamanha atenção e carinho. “O senhor certamente foi, de todos os presidentes, o que mais recursos trouxe para a nossa Capital” - afirmou o prefeito cuiabano. Feriu os tucanos de morte.
Usando de diversos caminhos, Santos tem conseguido avançar com sua administração graças às negociações com o Governo Maggi. A expectativa a renegociação das dividas da Companhia de Saneamento da Capital (Sanecap), agora o aval para contrair empréstimo junto ao PAC, confirmam as tendências políticas do momento. Ou seja: Santos e Maggi estão bem próximos. Mais até do que quando o então deputado “grudou” nos braços do então empresário bem-sucedido do agronegócio para guiá-los nos meandros políticos.
“Os fatos que vem acontecendo nos últimos 40 dias é que a aproximação de Maggi e Wilson acabara em um casamento” – prevê um assessor do governador. Maggi nunca escondeu uma certa admiração por Wilson. De sua parte, Santos também nunca escondeu que essa admiração é recíproca. De Maggi e de membros da família: primeiro com o falecido André Maggi, pai do governador. Na eleição de 2002 a primeira-dama e secretaria de Trabalho e Cidadania apoiou a candidatura de Santos contrariando o partido no qual militava na época, o PPS, que tinha o deputado Sergio Ricardo como candidato.
A transferência para o PR deverá, por outro lado, deixar muitas candidaturas a “beira-da-estrada”. A começar pelo próprio PSDB, que deposita todas as esperanças no prefeito, como seu melhor quadro do momento. Se ocorrer, de fato, a transferência, os tucanos sequer teriam um nome para disputar a eleição. Outro que ficará pelo caminho seria o deputado Sérgio Ricardo, atual presidente da Assembléia Legislativa. Já percebendo a manobra, Ricardo estaria perto de anunciar sua decisão de sair do PR e ir para o DEM, que, por sua vez, “procura” um bom nome para ser candidato a prefeito de Cuiabá.
“Wilson não quer apenas a sua eleição a prefeito em 2008. A negociação também ocorre para 2010” – disse uma alta fonte política. O atual prefeito nunca escondeu de ninguém que seu destino é, de fato, o Palácio Paiaguás. O sonho se tornou ainda mais real depois que o governador “liberou” seus aliados para que cuidem de seus projetos e anunciou que vai “pendurar as chuteiras”.
Outro fator que leva a um entendimento muito claro entre o tucano e os republicanos para um projeto futuro está na própria posição dos aliados de Maggi. Leia-se, o DEM. Querendo voltar a ser governador, o atual senador Jaime Campos anunciou há poucos dias o projeto JJ-2010. Reafirmou sua posição esta semana, ao se reunir com o deputado federal Carlos Bezerra (PMDB) para articular uma aliança para disputar a Prefeitura de Rondonópolis no ano que vem contra o candidato de Maggi. Campos garante que o DEM terá candidato ao Governo em 2010. No caso, ele próprio, com Jonas Pinheiro saindo para a terceira disputa ao Senado.
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