Mutirão DPVAT é aprovado por vítimas de acidentes

Balanço parcial do Mutirão DPVAT - Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres – aponta que 88,27% das pessoas que compareceram no Fórum de Cuiabá fizeram a conciliação com a Seguradora Líder. Os processos são referentes a vítimas de acidentes de trânsito que buscavam receber a indenização com apoio da Justiça. O levantamento prévio da Central de Conciliação e Mediação da Capital aponta ainda que foram pagos R$ 2.052,699,64.

 

 

Para a coordenadora da Central, juíza Adair Julieta da Silva, o resultado preliminar já demonstra a intenção da população de manter o diálogo e apostar na pacificação social, objetivos principais da conciliação. Ela destaca que este é o segundo mutirão com foco no DPVAT e lembra que mais dois serão realizados para garantir a celeridade no pagamento do benefício, que é um direito do cidadão.

 

 

Até quinta-feira (25) 307 pessoas compareceram para participar do mutirão. Destas, 271 conciliaram. A pauta conta com 1.106 processos. “A vantagem de comparecer é a possibilidade de realizar um acordo imediato, resolvendo a vida da pessoa que move a ação, da seguradora e da Justiça, que ganha com a baixa do estoque de processos”.

 

 

Representante de 30 vítimas de acidentes neste mutirão, o advogado Sileno Rezende Tavares relata que 90% dos clientes concordaram com a conciliação. Lembra que esta é uma maneira célere e vantajosa ao cidadão que, normalmente precisa do valor de imediato, para tratar de problemas de saúde decorrentes do acidente. “O trâmite normal é de aproximadamente 3 anos, no mutirão tem casos que conseguimos solucionar em 6 meses. O encurtamento do tempo é bastante expressivo e importante para o cidadão”.

 

 

Vítima de dois acidentes de moto ocorridos em 2010 e 2012, a costureira Lúcia dos Santos Mendonça, 47, estava confiante no resultado da perícia e possibilidade de acordo na manhã desta sexta-feira (26), último dia de mutirão. Compareceu ao Fórum em decorrência do acidente ocorrido em 2010, quando machucou o joelho. “Estava na garupa da moto do meu marido e perdemos o controle em um quebra-molas. Ele morreu na hora e eu me machuquei. No ano passado, eu estava de carona de novo, com uma amiga, quando uma mulher colidiu com a moto. Esse foi mais grave e estou em reabilitação”.

 

 

Lúcia ficou 45 dias internada da última vez, passou por duas cirurgias e ainda necessita de cadeira de rodas para se locomover. Comenta que aguarda a solução do primeiro litígio para entrar com a ação referente ao último acidente. “Estou sem trabalhar e preciso desse dinheiro, mas tenho confiança que tudo vai melhorar”.

 

 

Com problemas e dores na perna direita desde que sofreu acidente de moto em 2012, Flávio Deodato da Silva, 45, também estava esperançoso com a possibilidade da conciliação. Conta que perdeu o equilíbrio ao ser “fechado” por um carro. “A moto caiu em cima da minha perna e tive fratura em dois lugares”.

 

 

Flávio passou 45 dias internado no Pronto-Socorro de Cuiabá e foi encaminhado para o Hospital Metropolitano, onde passou pelas cirurgias. “Ainda hoje sinto muita dor, mesmo quando estou em repouso. Perdi a firmeza da perna e só consigo andar mancando”.

 

 

Um ponto positivo do Mutirão DPVAT, conforme as vítimas, é a possibilidade de realizar a perícia no local e encaminhamento direto para conciliação. No Fórum de Cuiabá foi montada uma estrutura com a presença de cinco peritos e outras nove bancas de conciliação. O mutirão teve início na segunda-feira (22). O atendimento ocorreu diariamente das 8h às 17h.