Ninguém vai me emparedar, avisa o presidente Lula
"Ninguém vai me emparedar", afirmou Lula, na reunião desta segunda. "Eu não vou deixar de andar o país por causa de vaia." Pesquisas encomendadas pela administração federal após o acidente no Aeroporto Internacional de Congonhas, na zona sul de São Paulo, indicam que a popularidade do presidente caiu, sobretudo em São Paulo, e em camadas das classes média e alta. O levantamento acendeu a luz amarela no Poder Executivo, após dez meses de crise aérea.
Até agora, o Executivo não organizou nenhuma estratégia para enfrentar os protestos, mas está inquieto e pretende observar todas as manifestações com cautela. Há, na avaliação do Palácio do Planalto, duas situações distintas em meio aos gritos de "Fora Lula": a primeira, de indignação das famílias de vítimas do acidente da TAM; a segunda, organizada pela oposição.
Um auxiliar direto do presidente disse que o Planalto identifica o bordão "Cansei" como uma "coisa armada" pelos adversários, especialmente do PSDB e do DEM. O movimento foi lançado por empresários e conta com o apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O verbo é sempre associado a substantivos que causam dor de cabeça à Presidência da República como corrupção e apagão aéreo.
O presidente recebeu vaias na semana passada em viagens ao Nordeste e, no dia 13, na abertura dos 15º Jogos Pan-Americanos, no Rio. No diagnóstico da Presidência, porém, os apupos foram "superdimensionados" pela imprensa.
Apesar de afirmar que irá ao Paraná e Rio Grande do Sul em agosto, Lula assina nesta terça convênios do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em Cuiabá e Campo Grande. Ele não viajará para Santa Catarina. A alegação oficial é de que "não dará tempo" para o presidente lançar o PAC em todos os Estados. Na sexta (3), ele pretende reunir no Planalto representantes de 12 Estados que ainda não visitou e dar por encerrada essa maratona de viagens para assinatura dos protocolos do PAC.
Além da crise aérea, outro assunto que tira o sono de Lula é a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e da Desvinculação de Receitas Orçamentárias (DRU), que vencem neste ano. Ainda nesta semana, o presidente participará da reunião do conselho político e pedirá à base aliada que ajude o governo a aprovar a renovação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e da Desvinculação de Receitas da União (DRU). A oposição ameaça derrubar os dois dispositivos. (Com Agência Estado)
Comentários