Repórter News - reporternews.com.br
KLEBER LIMA*
Tento discutir aqui deste espaço há algumas semanas um tema que julgo relevante para se compreender a atual realidade política brasileira: a nova sociedade civil. É difícil. Tanto escrever quanto encontrar ressonância para o tema. Ninguém se interessa. Ninguém comenta. É como um diálogo entre pessoas de idiomas diferentes que dominam apenas o seu. É a isso que se chama de dissonância cognitiva – aliás, uma das causas do distanciamento do que fala o agente político tradicional do que deseja ou compreende o cidadão/consumidor de hoje.
Vou insistir, no entanto, ainda que continue falando sozinho. Como dizia o Drummond, nosso ofício é escrever. Que sinta quem ler.
E foi lendo o artigo do colega Alfredo Menezes de ontem que senti alguma correspondência, embora não explícita. Alfredo coloca, com originalidade, o que ele chama de “Estado-Curral”. Se bem o entendi, é assim que ele classifica o alinhamento das entidades representativas do setor empresarial, como FAMATO, FIEMT e FECOMÉRCIO, ao governo do Estado.
Vem a calhar exatamente do que tenho discutido aqui esses dias sobre o que tenho chamado de Nova Sociedade Civil. Essas entidades compõem o espectro da sociedade civil. Não faço distinção classista neste primeiro momento. Não interessa se é uma representação de trabalhadores ou de patrão. Importa, para o caso em tela, que são organizações não estatais que estão desenvolvendo uma atuação voltada não apenas aos interesses corporativistas.
As três, embora possam ter uma ligação econômica com o atual governo, segundo defende Alfredo, representam a sociedade na medida em que se envolvem em questões de interesse do público em geral. Mesmo que embutam nesse escopo seus próprios interesses, de seus membros ou de sua corporação.
Veja-se, por exemplo, a atuação dessas três entidades com o município de Cuiabá. As três aderiram ao Consórcio que vai elaborar um planejamento estratégico de desenvolvimento econômico para Cuiabá para os próximos 12 anos. O chamado Pró-Cuiabá 300 anos.
Não discuto com o Alfredo se elas estão alinhadas ou cooptadas pelo governador Blairo Maggi. Isso foge ao meu interesse de estudo no momento. Mas, é fato que elas não estão ligadas apenas ao Blairo. Ao aderirem ao consórcio de Cuiabá, se aproximam também do prefeito Wilson Santos. E no presente momento, Blairo e Wilson são adversários, ainda que formalmente.
Logo, é perfeitamente possível compreender a atitude das três entidades de forma categorizada, segundo o que tenho defendido: são representantes legítimas da chamada nova sociedade civil, e, como tal, estão ocupando espaços institucionais que antes eram exclusivos das instituições tradicionais.
Pessoalmente, tomo essa iniciativa das entidades, bem como de outras, como positiva, uma vez que podem dar grandes contribuições à sociedade, fiscalizando o poder público, emprestando credibilidade a determinadas ações públicas, incentivando a participação de outros segmentos.
KLEBER LIMA é jornalista pós-graduado em marketing e consultor da KGM COMUNICAÇÃO, MARKETING e PESQUISAS. E-mail: kleberlima@terra.com.br / www.kgmcomunicacao.com.br.
Vou insistir, no entanto, ainda que continue falando sozinho. Como dizia o Drummond, nosso ofício é escrever. Que sinta quem ler.
E foi lendo o artigo do colega Alfredo Menezes de ontem que senti alguma correspondência, embora não explícita. Alfredo coloca, com originalidade, o que ele chama de “Estado-Curral”. Se bem o entendi, é assim que ele classifica o alinhamento das entidades representativas do setor empresarial, como FAMATO, FIEMT e FECOMÉRCIO, ao governo do Estado.
Vem a calhar exatamente do que tenho discutido aqui esses dias sobre o que tenho chamado de Nova Sociedade Civil. Essas entidades compõem o espectro da sociedade civil. Não faço distinção classista neste primeiro momento. Não interessa se é uma representação de trabalhadores ou de patrão. Importa, para o caso em tela, que são organizações não estatais que estão desenvolvendo uma atuação voltada não apenas aos interesses corporativistas.
As três, embora possam ter uma ligação econômica com o atual governo, segundo defende Alfredo, representam a sociedade na medida em que se envolvem em questões de interesse do público em geral. Mesmo que embutam nesse escopo seus próprios interesses, de seus membros ou de sua corporação.
Veja-se, por exemplo, a atuação dessas três entidades com o município de Cuiabá. As três aderiram ao Consórcio que vai elaborar um planejamento estratégico de desenvolvimento econômico para Cuiabá para os próximos 12 anos. O chamado Pró-Cuiabá 300 anos.
Não discuto com o Alfredo se elas estão alinhadas ou cooptadas pelo governador Blairo Maggi. Isso foge ao meu interesse de estudo no momento. Mas, é fato que elas não estão ligadas apenas ao Blairo. Ao aderirem ao consórcio de Cuiabá, se aproximam também do prefeito Wilson Santos. E no presente momento, Blairo e Wilson são adversários, ainda que formalmente.
Logo, é perfeitamente possível compreender a atitude das três entidades de forma categorizada, segundo o que tenho defendido: são representantes legítimas da chamada nova sociedade civil, e, como tal, estão ocupando espaços institucionais que antes eram exclusivos das instituições tradicionais.
Pessoalmente, tomo essa iniciativa das entidades, bem como de outras, como positiva, uma vez que podem dar grandes contribuições à sociedade, fiscalizando o poder público, emprestando credibilidade a determinadas ações públicas, incentivando a participação de outros segmentos.
KLEBER LIMA é jornalista pós-graduado em marketing e consultor da KGM COMUNICAÇÃO, MARKETING e PESQUISAS. E-mail: kleberlima@terra.com.br / www.kgmcomunicacao.com.br.
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/215050/visualizar/
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