Presidente da Infraero nega demissão e diz que não conversou com Lula

O presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, negou nesta sexta-feira que tenha pedido demissão do cargo e afirmou que não conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a questão. "Não tenho notícia alguma sobre isso."

Ele está no Palácio do Planalto, onde participará de uma reunião sobre o aeroporto de Congonhas, após o acidente com o avião da TAM, em São Paulo.

Nesta sexta-feira, o presidente Lula pretende reunir autoridades de várias áreas para definir o pacote de medidas para o setor aéreo, que será anunciado ainda hoje. Lula vai se reunir com representantes dos ministérios da Defesa, Relações Exteriores, Desenvolvimento, Fazenda, Turismo, Planejamento e Casa Civil.

"São muitas propostas a serem apresentadas durante a reunião, mas o foco será Congonhas", disse o brigadeiro, de forma apressada. "A Anac [Agência Nacional de Aviação Civil] regula, nós cumprimos a determinação dela."

Ontem, depois de longa reunião no Planalto, ficou decidido que o presidente Lula fará um pronunciamento à nação ainda hoje --em cadeia nacional de rádio e televisão.

Antes, haverá mais reuniões. É que o governo federal pretende priorizar o aeroporto de Congonhas (zona sul de São Paulo) --onde ocorreu o acidente com o Airbus-A320 da TAM na última terça-feira.

No pacote, que deverá ser anunciado pelo governo, está a redução no número de pousos e decolagens no aeroporto de Congonhas. O governo também estuda liberar recursos para investimentos no aeroporto --o que ainda depende de aval da equipe econômica.

A Folha Online apurou que o principal objetivo do pacote é ampliar a margem de segurança do aeroporto de Congonhas para evitar que novos acidentes ocorram no local.

Autoridades federais afirmam que Congonhas opera dentro dos critérios de segurança aprovados por organismos internacionais. Mas admite que existem alterações no aeroporto que poderão ampliar a segurança dos passageiros --como a redução no número de vôos no local.