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Politica Brasil
Quinta - 19 de Julho de 2007 às 08:36
Por: Téo Meneses

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O advogado José Geraldo Scarpati, acusado de comandar um esquema para cassar irregularmente políticos de diversos Estados brasileiros, refutou ontem o título de "cassador de prefeitos". Diz ser apenas alguém de coragem para levar adiante ações que responsabilizem os maus administradores públicos, como Sérgio Bastos dos Santos (PMDB), o Serjão, de Colniza.

Scarparti alega que o então prefeito Serjão foi o próprio responsável pela cassação ocorrida em dezembro passado. Pouco afeito às entrevistas, nega ter feito um conluio com o vice-prefeito Aldir Ferreira de Souza (PP) e outros sete suplentes de vereador.

Gabando-se de ser o advogado que tem a maioria das ações analisadas no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e que tratam ao mesmo tempo da cassação de prefeitos e grande parte dos vereadores da mesma cidade, Scarparti diz que a ação em Colniza é apenas a "operação 128". Ele é alvo de uma representação no Tribunal de Ética da OAB/MT, já que foi denunciado por supostamente agir em diversos municípios oferecendo proposta para afastar vereadores e convocar suplentes dispostos a cassar os demais parlamentares e os prefeitos incautos.

Confira trechos da entrevista.

A Gazeta - Como surgiu essa idéia de ser o "cassador de prefeitos"?

José Geraldo Scarpati - Eu não sou o cassador de nada. Quem cassa é a Câmara de Vereadores de municípios que têm prefeitos maus administradores. E isso tem sido muito comum no país. No caso de Colniza, fui apenas o assessor da Comissão Processante que sugeriu a cassação. Além do mais, o Serjão foi cassado porque não apresentou a sua defesa e o processo correu à revelia.

A Gazeta - Sérgio Bastos diz que foi cassado por uma questão política.

Scarpati - A Comissão Processante apresentou 21 irregularidades na gestão dele. A Prefeitura comprou terreno de R$ 6 mil por R$ 25 mil. Sete dos nove vereadores foram coniventes e foram afastados porque não poderiam votar na própria cassação. Isso é o que prevê o decreto lei 211.

A Gazeta - O sr. se considera profissional nesse tipo de ação?

Scarpati - Tenho vários trabalhos em Mato Grosso e estados como Rondônia. Em Rondolândia conseguimos afastar o prefeito José Guedes de Souza, mas ele foi reeleito e voltou para o cargo.

A Gazeta - O que o sr. tem a dizer sobre a acusação de que teve os honorários advocatícios pagos com a promessa do atual prefeito Aldir Ferreira em lhe nomear secretário de Finanças?

Scarpati - Não existe nada disso. Fui um dos poucos que tiveram coragem de pegar esse caso. Não vim aqui para espoliar, lesar os cofres públicos ou dar um golpe de Estado. Fui nomeado secretário temporariamente porque o prefeito, após a cassação do Serjão, não tinha ninguém para nomear de imediato e investigar a área econômica. Mas deixei a Secretaria no mês de janeiro. Hoje, ando a pé e todo mundo me conhece. Tenho um trabalho reconhecido como assessor da União das Câmaras Municipais do Estado de Rondônia. Além do mais, não faço manobras. Quem faz é quem é denunciado por meter as mãos nos cofres públicos. O Ministério Público Estadual (MPE) emitiu parecer pela cassação do prefeito Sérgio Bastos dos Santos. Será que eu que sou o errado?





Fonte: Gazeta Digital

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