Pressionado, Renan desiste de presidir votação da LDO
A decisão foi comunicada por ele ao presidente do PMDB, Michel Temer (SP), e ao líder do governo na Câmara, José Múcio (PTB-PE). "A decisão foi dele e pessoal. Ele pensou nos interesses do país e do Congresso", afirmou Temer.
A Folha Online apurou que o Palácio do Planalto enviou hoje emissários para convencer Renan a desistir de presidir a sessão de votação da LDO. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva temia que se Renan estivesse no comando da sessão, a oposição pudesse obstruir os trabalhos e impedir a votação da LDO.
Antes do anúncio de Temer, Renan chegou a negar que estivesse sendo pressionado a desistir de presidir a sessão. "Depois de um semestre tumultuado, vamos aprovar praticamente tudo o que era necessário, que ele [Palácio] imaginava ser aprovado. O Congresso está cumprindo a sua parte, fazendo o seu papel", havia afirmado ele anteriormente.
O ministro Walfrido dos Mares Guia (Relações Institucionais) também entrou em ação e orientou lideranças peemedebistas a conversarem com Renan para orientá-lo a deixar a presidência da sessão com o deputado Narcio Rodrigues (PSDB-MG) --primeiro vice-presidente da Câmara.
Pelo regimento do Congresso, cabe ao deputado a presidência da sessão caso o titular do cargo não esteja no comando dos trabalhos.
Boicote
Além de ameaçar obstruir a sessão do Congresso, deputados da oposição prometiam constranger Renan se o senador estivesse no comando dos trabalhos.
Partidos de oposição defendem que o presidente do Senado se afaste do cargo até que o Conselho de Ética da Casa conclua as investigações sobre Renan.
O senador é acusado de ter utilizado recursos da empreiteira Mendes Júnior para pagar pensão alimentícia à jornalista Mônica Veloso --com quem tem uma filha fora do casamento. Mais cedo, Renan sinalizou que não deve presidir a sessão em meio ao boicote anunciado pela oposição.
O Congresso só pode dar início ao recesso parlamentar que vai de 18 de julho a 1º de agosto se a LDO for votada em sessão conjunta da Câmara e do Senado. A lei é importante para o governo federal porque estabelece as diretrizes para a elaboração da proposta orçamentária de 2008.
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