Partidos preparam dossiê contra suplente de Roriz
No dossiê, Argello é acusado de grilagem de terras no Distrito Federal, de crime financeiro contra a União, supostamente praticado em 1999, ao não explicar uma movimentação financeira envolvendo mais de R$ 1 milhão, além de denúncias de desvio de dinheiro do BRB (Banco de Brasília) --de acordo com investigações realizadas pela Polícia Civil do DF durante a Operação Aquarela.
"O Gim Argello pode, sim, ser processado. Essa afirmação é baseada em análises de vários juristas", afirmou o presidente do PT do DF, deputado Chico Vigilante. "O fato de ele ter cometido crimes antes de assumir o mandato parlamentar no Senado não pode ser usado como proteção. O decoro é o que sustenta o político, tendo ou não mandato."
Em parceria com os partidos de oposição, o petista disse que o dossiê chegará às mãos do corregedor-geral do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), e do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, tão logo Argello assuma a cadeira de senador. "Vamos esperar que ele [Argello] assumir e depois vamos impedi-lo de continuar", disse Vigilante.
PSOL
O vice-líder do PSOL na Câmara, Ivan Valente (SP), afirmou hoje que seu partido deve encaminhar a representação contra Gim Argello. Ele não informou quando isso ocorrerá, mas destacou que cabe ao Parlamento defender sua imagem.
"É possível representar contra parlamentares que manchem a imagem da Casa. Se rejeitarem é outro problema. A possibilidade é real e o PSOL tem essa disposição", afirmou o deputado.
De forma semelhante pensa o senador Jefferson Peres (PDT-AM), que condena a possibilidade de Argello assumir o mandato. "Ele [Argello] não pode ser senador. Pela sua reputação e tudo que nos informa a respeito dele, não pode assumir uma cadeira no Senado", disse.
A assessoria de Argello informa que ele deve assumir a cadeira de suplente nos próximos dias. A data ainda não foi divulgada.
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