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Politica Brasil
Terça - 10 de Julho de 2007 às 22:24

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O presidente da Comissão Judicial do Senado americano, o democrata Patrick Leahy, disse hoje que exigirá do secretário de Justiça, Alberto Gonzales, que diga se mentiu ao Congresso em 2005 sobre supostas violações às liberdades civis.

"Penso em abordar este assunto com o procurador-geral antes de ele comparecer à Comissão Judicial" ao longo deste mês, disse Leahy, sem especificar uma data para a consulta.

O legislador democrata pelo estado de Vermont reagiu assim a uma reportagem publicada nesta terça-feira no jornal "The Washington Post", segundo a qual Gonzales disse em 2005 ao Congresso que o FBI (polícia federal americana) não tinha abusado dos poderes concedidos sob a lei antiterrorista, conhecida como Lei Patriota.

Mas a mesma reportagem destaca que, dias antes desse testemunho, o FBI já tinha advertido Gonzales sobre possíveis violações às liberdades civis.

O assunto ameaça se transformar em outra arma dos legisladores democratas, que exigem a renúncia de Gonzales por sua gestão como procurador-geral e secretário de Justiça.

O artigo do "Post" "é profundamente perturbadora e merece mais investigação, (porque) além de Gonzales ter enganado a Comissão de Inteligência do Senado antes da prorrogação da Lei Patriota, parece que o procurador-geral também não disse a verdade sobre quando soube dos abusos do FBI" em uma audiência em abril deste ano, observou Leahy.

O senador divulgou algumas respostas que o Departamento de Justiça deu à Comissão Judicial do Senado a respeito do abuso das chamadas "Cartas de Segurança Nacional" (NSL, na sigla em inglês), que o FBI utiliza para obter informações confidenciais de milhares de americanos.

Segundo o Departamento de Justiça, Gonzales se inteirou dos abusos do FBI mediante uma minuta elaborada pelo escritório do inspetor geral, pouco antes de sua divulgação em março.

Leahy criticou a "tendência ao secretismo" da Administração Bush e classificou como "inaceitáveis" as explicações até agora apresentadas por Gonzales.

Por sua vez, o presidente da Subcomissão Judicial da Câmara de Representantes, o democrata Jerrold Nadler, propôs a nomeação de um procurador especial para determinar se Gonzales enganou o Congresso, o que constituiria um "grave crime".

Um porta-voz do Departamento de Justiça, Brian Roehrkasse, disse aos jornalistas que não sabia se Gonzales tinha lido os relatórios enviados à Junta de Supervisão de Inteligência, entidade que supervisiona a utilização de informações secretas pelo Governo.

Apesar dos novos ataques dos democratas, a Casa Branca se mantém irredutível em seu apoio a Gonzales.

O porta-voz da Casa Blanca Scott Stanzel disse hoje que o presidente dos EUA, George W. Bush, "disse repetidamente que tem muita fé no procurador-geral, e isso não mudou".





Fonte: EFE

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