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Meio Ambiente
Sábado - 07 de Julho de 2007 às 17:12
Por: Alecy Alves

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A entrevista coletiva que esta semana reuniu na sede da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) defensores de madeireiros, produtores rurais, industriais, empresários e engenheiros florestais, citados ou não na Operação Guilhotina, serviu para mostrar como estamos pobres de defensores do meio ambiente.

Durante pelo menos uma hora, ao lado de outros colegas da imprensa, ouvi atentamente cada um dos representantes dessas classes. Mais tarde, pensando calmamente e analisando cada número, postura e palavra, cheguei à seguinte conclusão: quem atua nessa área não vai mudar de ramo ou de comportamento enquanto não vir a última árvore no chão.

Ao contrário do que disse um dos dirigentes classistas presentes ao encontro, não estamos vivendo uma paranóia ambientalista. É muito pouco o que está se fazendo pela preservação das riquezas naturais, se compararmos aos danos expostos por operações policiais como “Curupira”, “Mapinguari” e “Guilhotina”.

O mais grave é que os crimes que essas ações policiais trouxeram à tona são apenas a ponta do iceberg. Sabemos que muita coisa permanecerá submersa por questões e interesses que dificilmente saberemos ou conseguiremos decifrar.

Considero a atuação policial, congregando o Ministério Público, a polícia e a Sema, importantíssima na repressão à extração e comércio ilegal de madeiras. Entretanto, é consenso entre os cidadãos, que já se cansaram de ver carretas e mais carretas de toras apreendidas, que estamos agindo depois da hora, quando deveríamos agir antes.

Chega de apreensões! É preciso que se faça algo, com urgência, para prevenir os crimes ambientais. Isso para assegurar que as árvores continuem de pé nas reservas ambientais e indígenas e que a extração de madeira só ocorra nos locais em que foi autorizada, mediante análise técnica e reposição, se necessário for.

Ontem, um amigo meu, se dizendo desanimado com a ganância humana, disse algo que faz muito sentido. Ninguém é punido com pena de reclusão ou perda de registro profissional porque praticou crime contra o meio ambiente. Transfiro aos leitores a indagação que ele me fez. Algum de vocês conhece alguém que continua preso, perdeu os bens ou foi condenado por crime parecido?

É importante dizer, aos que possam interessar ou aceitem a carapuça, que dinheiro não é a única coisa que conta na vida. Precisamos pensar na herança, não a financeira, que estamos deixando aos nossos filhos, netos, bisnetos, tataranetos...

ALECY ALVES é jornalista





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