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Politica Brasil
Sábado - 07 de Julho de 2007 às 17:11
Por: João Pedro Marques

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O senador Mário Couto (PSDB-PA) utilizou-se de uma manobra regimental, perfeitamente compatível com o exercício do mandato parlamentar, pedindo vista ao relatório favorável do colega de plenário Jayme Campos (DEM) à mensagem do presidente Lula da Silva indicando o nome de Luiz Antonio Pagot para a diretoria geral do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (DNIT). Esse fato adia em uma semana a sabatina de Pagot na Comissão de Serviços de Infra-estrutura da Câmara Alta, inicialmente prevista para o dia 4.

Mato Grosso conhece bem Pagot e espera por sua nomeação, que recebe as mais positivas sinalizações da maioria dos integrantes da comissão carregada pela sabatina. Some-se a isso o fato de o indicado ao DNIT pelo governador Blairo Maggi com respaldo do presidente Lula da Silva contar com um importante aliado em Brasília: o senador Jayme Campos, do qual é suplente. Jayme é relator da sabatina e fez questão de percorrer gabinete por gabinete no Senado em busca de maior base de sustentação para Pagot; idêntico posicionamento adotou a senadora Serys Marli (PT).

O nome de Pagot é cogitado ao DNIT desde o final do ano passado, quando integrou o grupo liderado por Maggi, que percorreu os estados produtores de commodities agrícolas em busca de apoio para Lula no segundo turno da eleição presidencial. Sua aprovação pelo Senado somente não aconteceu ainda por problemas alheios à sua escolha pelo presidente da República, e mais recentemente pela natural resistência de opositores temerosos de seu sucesso na gestão dessa poderosa autarquia vinculada ao Ministério dos Transportes e que responde, entre outros setores, pela conservação, modernização e ampliação da malha rodoviária nacional.

Pagot tem a seu favor uma grande soma de fatores, mas sua nomeação poderá sofrer atraso em razão da crise instalada no Senado após as graves denúncias contra o presidente daquela Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), e Joaquim Roriz (PMDB-DF), cujo desfecho é imprevisível, mas que certamente trancarão a pauta por algum tempo; como se sabe, após a sabatina, desde que essa o aprove, Pagot terá que passar pelo crivo da votação do plenário.

Homem de rara visão, profundo conhecedor da realidade nacional, especialista em logística de transportes, Pagot emprestou sua inteligência e vigor ao governo de Mato Grosso exercendo os cargos de secretário de Infra-estrutura, chefia da Casa Civil e Educação. Agora, pronto para novo desafio, se prepara para atuar nacionalmente à frente do DNIT.

Contra Pagot pesa a acusação de setores da oposição de que ele teria ocupado cargo no gabinete do senador Jonas Pinheiro (DEM) concomitantemente com sua então função de superintendente da Hermasa Navegação da Amazônia. Pagot nunca negou tal fato, declarou à Receita Federal os rendimentos auferidos no período e no Senado foi importante peça da assessoria de Jonas Pinheiro, tanto em Brasília quanto em Mato Grosso.

Tenhamos prudência, porque o tempo, senhor da razão, colocará as peças em seus devidos lugares para que Luiz Antônio Pagot assuma o DNIT para o bem de Mato Grosso e do Brasil.

* JOÃO PEDRO MARQUES é jornalista e advogado





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