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Politica Brasil
Sábado - 07 de Julho de 2007 às 12:41

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O ex-senador Joaquim Roriz (PMDB-DF) reuniu neste sábado correligionários em sua residência para defender que continuará na vida pública.

Cerca de 200 pessoas participaram do encontro. "Não tinha outra alternativa. O esquema estava montado. Eu percebi e renunciei para vir para a rua e defender o meu povo", disse Roriz, que renunciou na quarta-feira (4).

O ex-senador disse ainda que já está recuperado da renúncia e das críticas e já está preparado para a luta. "Estou convencido de que a luta começa hoje."

Os participantes do encontro (entre líderes comunitários e cabos eleitorais) ficaram todo o tempo pedindo a volta de Roriz a um cargo publico e defendendo que ele se candidate a governador do Distrito Federal em 2010 --cargo que já ocupou em quatro mandatos.

Renúncia

Em carta, lida pelo senador Mão Santa (PMDB-PI), Roriz fez críticas ao "desapreço" dos colegas, à atuação do corregedor-geral Romeu Tuma (DEM-SP) e ao "furor da imprensa". Com a renúncia, Roriz evita o processo que, no limite, poderia cassar seu mandato e torná-lo inelegível até 2022 --quando terá 86 anos (ele completa 71 anos em agosto).

Roriz foi acusado de quebra de decoro após a divulgação de conversas telefônicas que o mostraram negociando a partilha de R$ 2,2 milhões com o ex-presidente do BRB (Banco de Brasília), Tarcísio Franklin de Moura. A partilha seria feita no escritório do empresário Nenê Constantino, presidente do Conselho de Administração da Gol.

Ele negou as acusações e disse que pediu um empréstimo de R$ 300 mil a Nenê --quantia descontada de um cheque de R$ 2,2 milhões do empresário. O dinheiro, segundo ele, teria sido utilizado para comprar uma bezerra e ajudar um primo.

As gravações foram realizadas durante a Operação Aquarela, comandada pela Polícia Civil do Distrito Federal, que desbaratou um esquema de desvio de dinheiro do BRB.

Nos últimos dias, as denúncias contra Roriz ganharam um elemento extra com a publicação de uma reportagem da revista 'Veja', informando que Roriz teria utilizado parte dos R$ 2,2 milhões para subornar juízes do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Distrito Federal em processo contra ele nas eleições do ano passado.

Discurso

No dia 28 de junho, Roriz negou, em discurso no Senado, ter cometido atos ilícitos e colocou seus sigilos fiscal, bancário e telefônico à disposição da Justiça.

Roriz mostrou dois papéis em branco, assinados por ele, permitindo que a Polícia Federal escreva o 'texto que achar conveniente, para pesquisar em qualquer lugar do mundo, se tem alguma conta bancária que não seja a do Senado'. O outro, segundo ele, é para ser encaminhado à Justiça autorizando a quebra de seus sigilos fiscal, bancário e telefônico e os de sua família também.

"Se encontrarem algo que me denigre eu farei o que o Senado determinar", disse ele para um plenário quase vazio --havia 12 senadores quando fez o discurso.





Fonte: Folha Online

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