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Relação da literatura com o cinema é debatida na Flip
São Paulo - Um é conhecido pelos romances policiais e teve sua obra "Sobre Meninos e Lobos" transformada em um grande sucesso do cinema por Clint Eastwood. Outro foi roteirista da consagrada trilogia cult "Amores Brutos", "21 Gramas" e "Babel" e, na literatura, é autor de "Um doce aroma de morte" (Gryphus). Pois Dennis Lehane e Guillermo Arriaga, respectivos autores das obras citadas, protagonizaram hoje uma das principais mesas do terceiro dia da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip).
Dennis afirmou, durante o debate, nunca ter escrito um livro pensando em projetos além disso, como o cinema. "Se escrevesse um livro pensando o filme na cabeça eu ia ser péssimo romancista", avaliou. Para o norte-americano, é estranho assistir um filme originado do seu livro, como aconteceu em "Sobre Meninos e Lobos". "As pessoas dizem que o filme é bom. Sei que a parte técnica foi boa, mas, para mim, é artificial. Eu sei que aquela pessoa está fingindo um personagem que é real. Ao assistir, noto o fingimento e não consigo ver inteiro", declarou.
Guillermo, entretanto, vê a questão da literatura com o cinema com mais naturalidade, até por ter criado roteiros que se transformaram em belos e bem-sucedidos filmes em parceria com o diretor Alejandro Gonzáles Iñarritu. A parceria, lembrou o mediador Marçal Aquino, foi encerrada e o questionamento do "por quê" foi inevitável. Sem explicar, o mexicano se saiu bem - metaforicamente - com uma história, resumidamente, sobre a percepção de quando uma pessoa vê o momento de um ciclo que acabou. "Isso (a história) é muito mais interessante que minha briga com Iñarritu", disse, aplaudido prontamente pelo público.
O mexicano, que será o diretor de seu próprio roteiro na próxima empreitada, comentou ainda como os roteiristas são levados ao esquecimento por quem assiste o filme. "Você coloca toda sua vida, com pessoas que fizeram parte dela, se dedica e, no final, de quem é a obra? Do diretor", observou.
Violência
A violência também foi tema tratado pelos dois. Guillermo contou ter assistido um amigo ser esfaqueado. "Ver uma navalha entrando em um amigo seu há menos de 20 centímetros de você, sabendo da possibilidade de que aquela navalha pode entrar em você depois, é algo difícil de falar", disse, ressaltando, porém, que a pior violência é a pobreza. "É isso que alimenta nossa raiva e desejo de contar nossas histórias", declarou. Para Dennis, a violência é "uma bola de neve". E avaliou: "Não existem pessoas completamente santas nem totalmente más".
Dennis afirmou, durante o debate, nunca ter escrito um livro pensando em projetos além disso, como o cinema. "Se escrevesse um livro pensando o filme na cabeça eu ia ser péssimo romancista", avaliou. Para o norte-americano, é estranho assistir um filme originado do seu livro, como aconteceu em "Sobre Meninos e Lobos". "As pessoas dizem que o filme é bom. Sei que a parte técnica foi boa, mas, para mim, é artificial. Eu sei que aquela pessoa está fingindo um personagem que é real. Ao assistir, noto o fingimento e não consigo ver inteiro", declarou.
Guillermo, entretanto, vê a questão da literatura com o cinema com mais naturalidade, até por ter criado roteiros que se transformaram em belos e bem-sucedidos filmes em parceria com o diretor Alejandro Gonzáles Iñarritu. A parceria, lembrou o mediador Marçal Aquino, foi encerrada e o questionamento do "por quê" foi inevitável. Sem explicar, o mexicano se saiu bem - metaforicamente - com uma história, resumidamente, sobre a percepção de quando uma pessoa vê o momento de um ciclo que acabou. "Isso (a história) é muito mais interessante que minha briga com Iñarritu", disse, aplaudido prontamente pelo público.
O mexicano, que será o diretor de seu próprio roteiro na próxima empreitada, comentou ainda como os roteiristas são levados ao esquecimento por quem assiste o filme. "Você coloca toda sua vida, com pessoas que fizeram parte dela, se dedica e, no final, de quem é a obra? Do diretor", observou.
Violência
A violência também foi tema tratado pelos dois. Guillermo contou ter assistido um amigo ser esfaqueado. "Ver uma navalha entrando em um amigo seu há menos de 20 centímetros de você, sabendo da possibilidade de que aquela navalha pode entrar em você depois, é algo difícil de falar", disse, ressaltando, porém, que a pior violência é a pobreza. "É isso que alimenta nossa raiva e desejo de contar nossas histórias", declarou. Para Dennis, a violência é "uma bola de neve". E avaliou: "Não existem pessoas completamente santas nem totalmente más".
Fonte:
AE
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/217973/visualizar/
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