Homenagens marcam um ano da morte do ex-governador Dante de Oliveira
Ele foi internado pela manhã devido a uma pneumonia. No início da tarde, em razão de um choque séptico, Dante foi removido para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O ex-governador estava com infecção generalizada e respirava com a ajuda de aparelhos. Segundo informações de amigos da família, Dante ficou febril por cinco dias.
O último evento político ao qual Dante participou foi a convenção estadual do PSDB, uma semana antes da morte, que confirmou a candidatura de Antero Paes de Barros ao governo estadual. Antero perdeu as eleições para o atual governador Blairo Maggi.
O corpo dele foi velado na Assembléia Legislativa com honras de chefe de Estado. O cortejo para o enterro seguiu até o cemitério da Piedade, no jazigo da família.
Reações
O Governo do Estado e a prefeitura de Cuiabá decretaram Luto Oficial por três dias. Wilson Santos assinou outros dois decretos: um mudando a denominação do Palácio Alencastro para Palácio Dante de Oliveira e outro, denominando a avenida Mato Grosso como avenida Dante de Oliveira.
Em maio deste ano, o ex-governador foi reconhecido por lei como "patrono das atividades políticas do Estado" pela Assembléia Legislativa do Estado. O projeto de lei aprovado, de autoria do deputado Guilherme Maluf, teve o apoio unânime dos 24 deputados da AL. Outro projeto de autoria do presidente da AL, deputado Sérgio Ricardo (PR), indica a construção do memorial "Diretas Já" em homenagem a Dante.
Eventos
Neste domingo, às 8h45, mais de 300 atletas de Cuiabá e do interior do Estado de Mato Grosso devem participar da I Corrida Governador Dante de Oliveira. A prova faz parte da programação alusiva de um ano "In Memorian" ao ex-governador.
Nesta quinta-feira (5), às 15h, foi realizada na Assembléia Legislativa em Cuiabá, uma sessão especial em lembrança ao 1º ano de falecimento do ex-governador. Antes, porém foi aberta uma exposição de fotografias, no saguão principal da AL, com registros de cada etapa da vida do ex-governador.
Botequim Diretas Já
Um dos bares mais freqüentados pelo ex-governador na capital também está organizando uma exposição em homenagem a Dante de Oliveira. Ele costumava ir ao local com a mulher e amigos.
Os proprietários afirmam que Dante gostava de ser recebido no local como amigo e não como governador ou líder político.
Uma exposição fotográfica mostrando passagens de toda a trajetória de Dante de Oliveira foi montada no local. A exposição se chama: O Botequim "Diretas Já", e foi montada no Tom Choppin. O botequim foi montado pelo próprio Dante na residência dele. Agora foi instalado nas dependências do bar, onde deve ficar até o dia 13 de julho. As músicas preferidas dele também estarão no repertório musical pelos próximos dias.
Família
Dante era casado com a deputada federal Thelma de Oliveira, que esteve com o marido durante todo o dia, até o momento que ele morreu. O casal não tinha filhos.
O ex-governador tinha seis irmãos: Yolanda de Oliveira (advogada), Inês de Oliveira (engenheira civil), Lúcia de Oliveira (administradora), Armando de Oliveira (empresário), Eneida de Oliveira (economista e diretora do Sebrae) e Bernardo de Oliveira (o irmão mais velho, já falecido). O pai de Dante, o advogado Sebastião de Oliveira, morreu há cerca de um ano. A mãe, Maria de Oliveira, tem 80 anos.
Trajetória política
Natural de Cuiabá, Dante Martins de Oliveira, foi deputado estadual, deputado federal, prefeito de Cuiabá por duas gestões, governador de Mato Grosso também por dois mandatos e ministro da Reforma e Desenvolvimento Agrário no governo de José Sarney.
A carreira política de Dante de Oliveira começou em 1978, quando foi eleito deputado estadual. Em 1982, foi eleito deputado federal. Mas foi no dia 2 de março de 1983, quando era filiado ao partido Movimento Democrático Brasileiro (MDB) de Mato Grosso, que Dante de Oliveira ficou conhecido em todo o Brasil: apresentou ao Congresso Nacional a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) n° 5. Depois de quase duas décadas de ditadura militar, esta emenda propunha eleição direta para a Presidência da República.
Apesar de rejeitada na Câmara dos Deputados, na madrugada do dia 26 de abril de 1984 começava a maior mobilização popular já vista no Brasil: o Movimento pelas Diretas Já. Em 1986, Dante assumiu o Ministério do Desenvolvimento e Reforma Agrária e foi o responsável pela implantação de diversos projetos de assentamento de pequenos trabalhadores rurais.
Dante assumiu a prefeitura de Cuiabá em 1986 e se afastou do cargo em 1988. Voltou ao cargo em 1992, mas o deixou de novo em 1993, para se candidatar ao governo do Estado. Em 1994 foi eleito governador de Mato Grosso. Em 98, foi reeleito, no primeiro turno, com 54% dos votos válidos. Em 2002, Dante se candidatou ao Senado, mas foi derrotado nas urnas. Afastado da política há quatro anos, ele ia concorrer nas eleições de 2006 ao cargo de deputado federal pelo PSDB.
Comentários