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Politica Brasil
Sexta - 06 de Julho de 2007 às 15:28
Por: Renata Giraldi

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Convencido de que não há provas de que Silas Rondeau tenha sido beneficiário de uma propina de R$ 100 mil da empreiteira Gautama, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer reconduzi-lo ao antigo posto de ministro de Minas e Energia na próxima terça-feira.

Lula deve conversar com Rondeau ainda hoje ou, no mais tardar, até domingo para oficializar o convite. Nos últimos dias, o presidente enviou um recado a aliados do peemedebista, afirmando que gostaria de tê-lo de volta ao governo.

As mensagens foram transmitidas pelos ministros Tarso Genro (Justiça) e Walfrido dos Mares Guia (Relações Institucionais), em conversas isoladas com peemedebistas.

Rondeau pediu demissão depois que foi divulgado um vídeo do circuito interno do Ministério de Minas e Energia, apreendido pela PF, que mostrava a funcionária da Gautama Maria de Fátima Palmeira entrando no órgão. Para a PF, a funcionária levava a propina que seria entregue ao então ministro.

O desejo de trazer Rondeau de volta explica o motivo de Lula não ter confirmado Márcio Zimmermann como titular da pasta.

Navalha

A suposta máfia das obras foi desarticulada pela Operação Navalha, da Polícia Federal. O dono da empresa Gautama, Zuleido Veras, é acusado de liderar o esquema de pagamento de propinas para autoridades públicas.

A Operação Navalha chegou a prender 48 pessoas. Entre os detidos estavam o deputado distrital Pedro Passos (PMDB); o ex-governador do Maranhão José Reinaldo Tavares (PSB); o filho do ex-governador João Alves Filho (DEM-SE), João Alves Neto; dois sobrinhos do governador Jackson Lago (PDT-MA) --Alexandre de Maia Lago e Francisco de Paula Lima Júnior--; além dos prefeitos de Sinop, Nilson Aparecido Leitão (PSDB-MT), e de Camaçari, Luiz Carlos Caetano (PT-BA).

A quadrilha atuava no Distrito Federal e em nove Estados --Alagoas, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Sergipe, Pernambuco, Piauí, Maranhão e São Paulo-- infiltrada nos governos federal, estadual e municipal.

Segundo a PF, a quadrilha desviou recursos do Ministério de Minas e Energia, da Integração Nacional, das Cidades, do Planejamento, e do Dnit (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes).

Para obter vantagem nas licitações para obras públicas, a empresa pagava propina e dava presentes para as autoridades envolvidas.





Fonte: Folha Online

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