Câmara adia mais uma vez votação da proposta de reforma política
O principal impasse entre os partidos sobre a reforma política são o financiamento público das campanhas eleitorais e a fidelidade partidária.
Sem consenso em torno destes pontos, o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), esperava começar a votar a reforma pelos itens consensuais, como as normas para a federação dos partidos e o fim das coligações partidárias.
"Alguma coisa precisa passar para aprimorar o sistema político. Precisamos fazer acordos e aprovar", disse ontem o líder do governo na Câmara, José Múcio (PTB-PE).
A proposta que está para ser votada não trata do sistema de votação em listas partidárias --que era o principal ponto de divergências entre os partidos.
No final de junho, a Câmara dos Deputados rejeitou a criação do sistema de voto em listas partidárias --tanto o modelo de listas "fechadas", pelo qual o eleitor votaria apenas em partidos em eleições proporcionais, quanto o sistema "flexível", em que haveria a possibilidade de se escolher também um candidato.
"Sabendo que não existe mais a possibilidade de votação sobre lista fechada, acaba a tensão", afirmou ontem o vice-líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS).
Financiamento
Mas não foi isso o que ocorreu. Os partidos continuam divergindo sobre o sistema de financiamento. O impasse é sobre a definição de quem teria direito ao financiamento público e ao privado --ou a ambos. Alguns deputados, de legendas diferentes, sugerem que apenas os candidatos a presidente, governador e senador recebam o financiamento público.
O mesmo grupo, liderado pelo PT, propõe que os candidatos proporcionais, como os deputados federais e estaduais, além dos vereadores, recebam colaborações da iniciativa privada. Porém, para eles, deverá ser estabelecida uma média a ser definida.
Os contrários a essa proposta sugerem que o financiamento público de campanha seja direito de todos os candidatos --majoritários e proporcionais.
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