Justiça abre ação penal contra ex-deputada por elo com sanguessugas
Secretária de Assistência Social e Desenvolvimento Humano da prefeitura de Cuiabá, Celcita foi indiciada pela Polícia Federal em janeiro pelos crimes de corrupção passiva, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Além da denúncia, o MPF move uma ação de improbidade administrativa pedindo ressarcimento do dinheiro supostamente desviado e a cassação dos direitos políticos da ex-parlamentar.
Celcita não conseguiu se reeleger nas últimas eleições e perdeu o foro privilegiado. Ela é a quarta suplente da coligação PP-DEM e assumiu o cargo atual em fevereiro. No ano passado, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados havia pedido a absolvição dela.
Apontado como chefe da máfia das ambulâncias, o empresário Luiz Antônio Vedoin disse à Justiça Federal que, em 2002, deu R$ 50 mil a Celcita para ajudar na campanha eleitoral, por meio de dois cheques de R$ 25 mil da empresa Santa Maria, da família Vedoin. Posteriormente, a quantia seria reembolsada por meio de emendas para compra de unidades móveis de saúde.
O pai do empresário, Darci Vedoin, confirmou que Celcita Pinheiro recebeu os dois cheques como ajuda para a campanha, mas disse que eles foram devolvidos por falta de fundos. Luiz Antônio também afirmou que não pagou nada à parlamentar entre 2003 e 2006 por ainda estar com crédito com ela, pela antecipação realizada em 2002. Segundo os Vedoin, a deputada indicava os municípios a serem beneficiados com as emendas e fazia o primeiro contato com os prefeitos para acertar a fraude das licitações.
A reportagem tentou, sem êxito, contatar a secretária. A assessoria informou que ela acompanha o marido, senador Jonas Pinheiro (DEM), em uma viagem ao Chile. Eles devem retornar até o final da semana. Em defesa apresentada à Câmara dos Deputados, Celcita negou que tenha recebido ou descontado os dois cheques de R$ 25 mil. À época, a deputada confirmou que apresentou emendas para compra de unidades móveis e de equipamentos hospitalares.
O esquema dos sanguessugas consistia em fraudar licitações para a compra supostamente superfaturada de unidades móveis de saúde e equipamentos hospitalares com recursos obtidos por meio de emendas parlamentares ao Orçamento da União.
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