Renan diz que não "arreda o pé" da presidência do Senado

Foco da crise política no Senado, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), negou nesta terça-feira ter conhecimento sobre as falhas identificadas no processo sobre as denúncias que o envolvem. Informado sobre a decisão da Mesa Diretora de devolver o caso ao Conselho de Ética, ele elogiou a iniciativa e reiterou que não se afastará do cargo.

"Jamais [renunciarei]. Não arredarei o pé da presidência. Eu me sinto inteiramente à vontade [para continuar no comando do Senado]", disse Renan. "Não há crise na instituição, estamos deliberando mais do que a média", afirmou ele.

O peemedebista é acusado de utilizar dinheiro da construtora Mendes Júnior, via lobista Cláudio Gontijo, para pagar despesas particulares, como pensão alimentícia e aluguel à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha.

O PSDB e o DEM defendem o afastamento de Renan do comando da presidência do Senado. Ao contrário do que geralmente ocorre, Renan não presidiu a reunião da Mesa Diretora realizada nesta terça-feira. Ele deixou a atribuição ao vice-presidente Tião Viana (PT-AC), uma vez que o assunto a ser discutido seria o processo contra Renan.

Renan acompanhou a reunião da Mesa Diretora do Senado direto do seu gabinete pessoal, localizado no subterrâneo do prédio do Senado. Ele foi informado por colegas parlamentares e assessores sobre os desdobramentos da decisão da Mesa Diretora do Senado de devolver ao Conselho de Ética da Casa o processo.

Nas quase quatro horas de reunião, Renan conversou com o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), e o ex-senador Luiz Otávio (PMDB-PA), entre outros políticos que passaram pelo gabinete dele. A Folha Online apurou que também telefonou e recebeu inúmeras chamadas.