MPF solicita quebra de sigilo de Chica Nunes e Pedro Henry
O procurador alega que existem muitos indícios de compra de votos nos depoimentos colhidos durante a investigação do MP. A captação ilícita de votos teria ocorrido mediante distribuição de remédios e cobertores no Pedra 90 e até no Posto de Saúde do bairro, localizado ao lado do Residencial Sonho Meu.
A compra de votos teria sido promovida por Lucélia Pereira Neves, que apoiou a campanha da deputada estadual Chica Nunes e do deputado federal Pedro Henry. Sobrinho de Chica, o vereador cuiabano Marcus Fabrício (PP) chegou a dizer na semana passada, durante a primeira audiência do processo no Tribunal Regional Eleitoral (MPE), que sabia que Lucélia apoiou a campanha da tia. Chica Nunes, por outro lado, disse não ter ninguém trabalhando o seu nome na região. Pedro Henry assegurou não ter nenhum apoiador no bairro.
Durante as investigações, diversos eleitores disseram ter conhecimento da distribuição de remédios e cobertores no bairro. Não confirmaram a denúncia de compra de votos feita à Corregedoria do TRE, que ainda tem testemunhas para ouvir e será responsável por arquivar o pedido do MP ou cassar o diploma dos dois deputados.
"(...) é pacífico o entendimento acerca da dispensabilidade de indicação específica dos eleitores aliciados. Comprovada a promessa ou a entrega de vantagens a cidadãos, a qualificação precisa destes torna-se questão secundária e indiferente para a responsabilização do candidato beneficiado", justifica o procurador Ricardo Ferro na sua ação.
A Corregedoria ainda agendará novas oitivas. O último deputado cassado em Mato Grosso foi o federal Rogério Silva (PP), em 2003, acusado pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) de também comprar votos.
Pedro Henry tem mais um processo para se preocupar. O TRE encaminhou em janeiro passado ao TSE o recurso contra a expedição do seu diploma. Pedro Henry é acusado pelo Ministério Público Eleitoral de abuso do poder econômico, corrupção, fraude e compra de voto em outro processo referente ao ano passado. O deputado federal Eliene Lima (PP) também corre risco de perder o mandato por abuso de poder econômico.
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