Partidos articulam para eleições municipais

Os principais partidos de Mato Grosso irão mexer, nas eleições municipais de 2008, as primeiras peças do tabuleiro político da sucessão estadual de 2010. O PR, do governador Blairo Maggi, o DEM, do senador Jaime Campos, e o PMDB, do deputado federal Carlos Bezerra, representando a base governista, e o PSDB, do prefeito Wilson Santos, encarnando a oposição, pretendem ser os protagonistas desse processo eleitoral.

Esses partidos já estão se movimentando para eleger os prefeitos das principais cidades do Estado com a certeza de que, quem assumir o comando das maiores prefeituras, terá dado o primeiro e importante passo rumo ao Palácio Paiaguás. "A eleição de prefeitos influência a disputa pelo governo do Estado", diz o deputado Humberto Bosaipo (DEM) com a experiência de quem disputou e venceu cinco eleições consecutivas para a Assembléia Legislativa.

"Sem dúvida de que a eleição municipal reflete na estadual", acrescenta Carlos Bezerra. Conscientes disso, o PR, o PMDB e o DEM, mesmo fazendo parte da base governista, já iniciaram a discussão interna para o possível "enfrentamento" nas cidades-pólos. O PSDB, que sonha retornar ao poder, também começou a definir estratégia para 2008.

O maior embate será travado em Cuiabá. O PMDB, o DEM e o PR vão tentar desalojar o PSDB, que vai procurar se manter no comando da Capital. Apenas nas eleições de 2006, o chefe do executivo estadual eleito não era do mesmo partido do prefeito de Cuiabá. Desde que foi restabelecido eleições diretas, em 1982, há essa sintonia. Naquele ano, Júlio Campos ganhou tendo como prefeito Anildo Lima Barros (o último biônico). Em 1986, Carlos Bezerra foi vitorioso com Dante de Oliveira na prefeitura.

Em 1990, Jaime Campos ganhou e o comandante da Capital era Frederico Campos, enquanto em 94 e 98, Dante de Oliveira ganhou tendo como prefeito, respectivamente, José Meirelles e Roberto França. Em 2002, o governador Blairo Maggi foi eleito, de forma surpreendente, com Roberto França prefeito, além do apoio na época dos prefeitos de Várzea Grande, Jaime Campos, e de Rondonópolis, Percival Muniz.