Repórter News - reporternews.com.br
Politica Brasil
Domingo - 01 de Julho de 2007 às 17:01

    Imprimir


A decisão dos profissionais da rede estadual de ensino de sinalizarem para uma greve-geral a partir de 05 de agosto empurra contra a parede dois petistas até então parlamentares defensores da categoria. Ságuas Moraes e Verinha Araújo agora estão do outro lado. De pedra, viraram vidraça, fruto de acertos políticos com o grupo opositor de Blairo Maggi. O processo de aproximação ganhou velocidade pelo desejo por cargos. Como secretário e secretária-adjunta de Gestão de Pessoas da pasta da Educação, a maior de toda a estrutura da máquina estadual, Ságuas e Verinha começam a enfrentar desgaste.

Antes, da tribuna da Assembléia, a então deputada esbravejava contra o governo Blairo Maggi. Com respaldo do Sintep, ela promovia audiências públicas, encurralava secretários e liderava movimentos por reajuste salarial. Agora, simplesmente silencia diante da reivindicação por aumento de salário para a própria categoria. O mesmo ocorre com Ságuas, apesar do seu perfil mais moderador. Sob a ótica dos dois aliados de Maggi, os argumentos agora são outros. Reconhecem que a categoria merece reajuste, mas ponderam que a proposta inferior a 8% está dentro do limite máximo, contempla reposição com base na inflação, evocam a Lei de Responsabilidade Fiscal, a estagnação da receita do Estado e a necessidade de sobrar recursos para investimentos. A Seduc detém o maior orçamento da máquina estadual (R$ 740 milhões). Possui cerca de 30 mil servidores, 647 escolas nos 141 municípios e aproximadamente 500 mil alunos matriculados. No enfrentamento com os profissonais da educação, só restam a Ságuas e Verinha rezarem para a categoria não entrar em greve. Nesse momento, o desgaste não atinge tanto o governador Maggi, mas sim aos dois pela identificação com o setor.

Ontem e hoje

Até então, o PT nunca tinha se aliado à administração estadual, salvo alguns meses no governo Carlos Bezerra (PMDB), quando Serys Marly foi secretária de Educação. Com o pretexto de que há um entendimento nacional entre o presidente Lula e o governador Maggi que não pode ser contrariado e com discurso fajuta do pragmatismo e de que é preciso unir as forças políticas, o Campo Majoritário foi se aproximando do Palácio Paiaguás até levar o PT a cair no colo do rei da soja.

Agora, só restam aos petistas defender o atual governo tão criticado pela própria legenda. O deputado Alexandre Cesar, que substitui Ságuas Moraes, faz bem esse papel. Na Assembléia, ele se tornou a voz do Paiaguás. Parece ter passado uma borracha no passado recente. Em 2002, por exemplo, Alexandre disputou e perdeu o governo para Maggi. À época, atacava a atual administração. São posições contraditórias que se repentem em todos os grupos políticos e partidos. Pelo visto, nesse jogo de interesse (por cargo e poder) ninguém se salva.




Fonte: RD News

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/218994/visualizar/