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Oligarcas e agência de segurança russos são tema de novos livros
Mais dois novos livros sobre a Rússia estão no mercado. Um deles, "A Morte de um Dissidente" (Companhia das Letras, R$ 47,50), usa como ponto de partida a história de Alexander Litvinenko --o dissidente morto-- para narrar a ascensão dos oligarcas ao poder no país e o início da era Putin.
Litvinenko foi tenente-coronel do FSB (Serviço Federal de Segurança, a agência de segurança russa herdeira da KGB soviética) e foi morto em novembro de 2006, aos 43 anos de idade, pela ingestão de um elemento radioativo raríssimo chamado polônio-210. O espião vivia então exilado em Londres.
Durante sua carreira, ainda a serviço do Kremlin, ele se tornou amigo de Boris Berezovski, poderoso oligarca que enriqueceu por meios escusos, aproveitando-se das privatizações conduzidas sob Ieltsin. Berezovski, que trabalhou na campanha para eleger Ieltsin presidente, em 1996, e depois se tornou subsecretário de Segurança dele, acabou ganhando a inimizade de Putin ao tentar interferir demais em assuntos políticos. Bilionário, hoje ele vive em Londres, exilado.
O livro foi escrito pela viúva de Litvinenko, Marina, e por Alexander Goldfarb, ele também um dissidente, mas dos tempos da URSS. Ex-assessor do investidor George Soros e que, por dever de ofício, veio a conhecer Berezovski, Goldfarb conta que, a pedido do oligarca, ajudou Litvinenko a fugir para o Reino Unido em 2000.
O ex-espião resolveu fugir de seu país porque, em 1998, acusou publicamente o FSB de estar orquestrando o assassinato de Berezovski. Ele havia escolhido ficar ao lado de seu amigo oligarca, em vez de se manter fiel aos chefões do FSB.
Teorias conspiratórias
Autoridades britânicas investigaram o crime e, seguindo o rastro do polônio-210, chegaram a um suspeito: Andrei Lugovoi, atualmente empresário e ex-colega de Litvinenko. Lugovoi, que se diz inocente, encontrou-se com Litvinenko no bar de um hotel em Londres na mesma tarde em que este começou a se sentir mal.
O Reino Unido quer a extradição de Lugovoi, mas a Rússia se nega a entregá-lo.
Entre as teorias que sustentam que a morte do ex-espião foi articulada pelo Kremlin está não só a de vingança pela denúncia mas também a de que Litvinenko possuía documentos do FSB que ameaçava vender ou usar como meio de chantagem e ainda a de que ele estava conduzindo uma investigação sobre a morte de Anna Politkovskaya.
Vale observar que a autoria do livro faz dele necessariamente um relato não isento --Marina é a mulher do morto, e Goldfarb preside atualmente uma fundação criada por Berezovski.
O outro livro é "A Explosão da Rússia - Uma Conspiração para Estabelecer o Terror do KGB" (Record, R$ 44). De autoria de Alexander Litvinenko, trata da sua perspectiva das engrenagens do FSB e das relações de seus membros com o Kremlin.
Litvinenko foi tenente-coronel do FSB (Serviço Federal de Segurança, a agência de segurança russa herdeira da KGB soviética) e foi morto em novembro de 2006, aos 43 anos de idade, pela ingestão de um elemento radioativo raríssimo chamado polônio-210. O espião vivia então exilado em Londres.
Durante sua carreira, ainda a serviço do Kremlin, ele se tornou amigo de Boris Berezovski, poderoso oligarca que enriqueceu por meios escusos, aproveitando-se das privatizações conduzidas sob Ieltsin. Berezovski, que trabalhou na campanha para eleger Ieltsin presidente, em 1996, e depois se tornou subsecretário de Segurança dele, acabou ganhando a inimizade de Putin ao tentar interferir demais em assuntos políticos. Bilionário, hoje ele vive em Londres, exilado.
O livro foi escrito pela viúva de Litvinenko, Marina, e por Alexander Goldfarb, ele também um dissidente, mas dos tempos da URSS. Ex-assessor do investidor George Soros e que, por dever de ofício, veio a conhecer Berezovski, Goldfarb conta que, a pedido do oligarca, ajudou Litvinenko a fugir para o Reino Unido em 2000.
O ex-espião resolveu fugir de seu país porque, em 1998, acusou publicamente o FSB de estar orquestrando o assassinato de Berezovski. Ele havia escolhido ficar ao lado de seu amigo oligarca, em vez de se manter fiel aos chefões do FSB.
Teorias conspiratórias
Autoridades britânicas investigaram o crime e, seguindo o rastro do polônio-210, chegaram a um suspeito: Andrei Lugovoi, atualmente empresário e ex-colega de Litvinenko. Lugovoi, que se diz inocente, encontrou-se com Litvinenko no bar de um hotel em Londres na mesma tarde em que este começou a se sentir mal.
O Reino Unido quer a extradição de Lugovoi, mas a Rússia se nega a entregá-lo.
Entre as teorias que sustentam que a morte do ex-espião foi articulada pelo Kremlin está não só a de vingança pela denúncia mas também a de que Litvinenko possuía documentos do FSB que ameaçava vender ou usar como meio de chantagem e ainda a de que ele estava conduzindo uma investigação sobre a morte de Anna Politkovskaya.
Vale observar que a autoria do livro faz dele necessariamente um relato não isento --Marina é a mulher do morto, e Goldfarb preside atualmente uma fundação criada por Berezovski.
O outro livro é "A Explosão da Rússia - Uma Conspiração para Estabelecer o Terror do KGB" (Record, R$ 44). De autoria de Alexander Litvinenko, trata da sua perspectiva das engrenagens do FSB e das relações de seus membros com o Kremlin.
Fonte:
Folha de S.Paulo
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/219029/visualizar/
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