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Politica Brasil
Quarta - 27 de Junho de 2007 às 09:29

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Após a renúncia de Sibá Machado (PT-AC) da presidência do Conselho de Ética do Senado, os líderes dos partidos e o presidente em exercício do conselho, Aldemir Santana (DEM-DF), definem na manhã desta quarta-feira (27) o andamento do processo contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL).

Presidente do Senado, Renan é acusado de ter as contas pessoais pagas por um lobista. Segundo denúncia, o funcionário de uma construtora teria feito pagamentos de pensões mensais para a jornalista Mônica Veloso, com quem o senador tem uma filha de 3 anos.

O Conselho de Ética tem reunião marcada para esta quarta, às 13h30, para votar o relatório do senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA), que pede o arquivamento do processo. Cafeteira pediu afastamento do cargo de relator por questões médicas. Após Cafeteira, Wellington Salgado (PMDB-MG) assumiu a função, mas também pediu afastamento.

Agora, o conselho está sem presidente e sem relator. A reunião desta quarta depende de decisão de Aldemir Santana e dos líderes dos partidos. Eles deverão discutir se antes da reunião será eleito um novo presidente ou se será mantida a votação do relatório de Cafeteira com Santana na presidência.

Oposicionistas já apontam que a renúncia de Sibá Machado pode ter sido uma estratégia da base governista para protelar o processo contra o presidente da Casa.

Renúncia

Sibá Machado (PT-AC) pediu desligamento do Conselho de Ética na noite desta terça (26). Segundo a Secretaria-geral do Senado, Sibá entregou um ofício às 20h48 informando sobre a renúncia ao cargo e à vaga que ocupa no conselho. As informações foram confirmadas pela assessoria do senador.

Acompanhado dos senadores Eduardo Suplicy (PT-SP) e Augusto Botelho (PT-RR), Sibá Machado disse às 22h20 desta terça, ao deixar o gabinete, que renunciou por sentir que o colegiado "está contaminado".

"Até então, meu trabalho nesse conselho foi pautado pelo que sempre falei: cumprir o regimento, a Constituição, e evitar qualquer contaminação dentro deste conselho baseada em emoções de caráter político. Considerei de ontem para hoje que o conselho começa a se contaminar", disse.

Segundo Sibá, a renúncia "é uma contribuição para o conselho encontrar uma outra alternativa de trabalho."

O ofício em que o senador pediu o desligamento à Secretaria-geral do Senado tem três linhas:

"Nos termos do regimento, comunico a minha renúncia, em caráter irretratável, da presidência e da titularidade no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal".

Ameaça

Sibá já havia ameaçado deixar o cargo nesta terça (26). Irritado com a demora do PMDB em indicar um relator para o processo contra o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), ele ameaçou não só renunciar, como também colocar em votação nesta quarta o relatório que pede o arquivamento do processo.

Sem maioria no conselho, Renan corria o risco de perder, e as investigações continuariam.

O PMDB não gostou da atitude de Sibá e enviou um recado nesta terça por meio da líder do PT no Senado, Ideli Savaltti (SC): se a base aliada não ajudar Renan, o PMDB, maior bancada do Senado com 20 senadores, não garantiria mais apoio às votações de interesse do governo.

Os peemedebistas não querem indicar o relator agora, porque trabalham para protelar a votação a tempo de Renan recuperar apoio dentro do Senado.

Em reunião no gabinete de Sibá, discutiu-se a ameaça do PMDB. Ideli Salvatti disse que os peemedebistas jogaram a responsabilidade para os partidos aliados. E que esperavam receber apoio neste momento.

Além de Sibá e Ideli, participaram do encontro os senadores Eduardo Suplicy (PT-SP), Renato Casagrande (PSB-ES), e Augusto Botelho (PT-RR), os três do Conselho de Ética. Após a reunião, Sibá anunciou a decisão de renunciar.





Fonte: G1

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