Deputados tentam alternativas para votar reforma política
Outra alternativa para garantir a votação de alguns itens da reforma política é alterar a proposta de financiamento público a partir da definição de regras para que todos os candidatos tenham direito também a receber contribuições privadas.
"Todos nós estamos abrindo mão de parte de nossas convicções para chegarmos a um acordo. Esta é a transição possível neste momento", disse o líder do DEM na Câmara, Onyx Lorenzoni (RS).
O presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini (SP), avisou que é "pessoalmente" contra a proposta do financiamento misto.
Integrantes do DEM, PMDB, PT, PSB, PPS e PC do B estiveram reunidos no começo da noite desta terça-feira em busca por uma proposta comum. Mas na ausência de consenso, os líderes decidiram marcar nova rodada de reuniões para hoje e depois conversas isoladas nas bancadas.
Financiamento flex
Pela proposta de financiamento negociada terão direito a recursos públicos os candidatos majoritários --a presidente da República, governador e senador--, além das propagandas institucionais da legenda. Já os candidatos a cargos legislativos --deputados e vereadores-- só terão direito a financiamento privado, o que também estará assegurado aos majoritários.
A nova proposta já ganhou o apelido de "financiamento flex" --numa alusão ao motor flex dos automóveis movido a álcool e gasolina. Apelido semelhante ganhou a lista flexível --na qual o eleitor teria de votar duas vezes: primeiro, na lista pré-ordenada pela legenda e depois, que seria facultativo, no candidato de sua preferência.
Apesar das negociações, os parlamentares avaliam que há dificuldades em aprovar hoje a reforma política, mesmo por partes. "Não está fácil negociar nem conseguir um acordo, vamos tentar até o momento da votação", afirmou o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
O líder do PSB na Câmara, Márcio França (SP), disse "não sentir segurança" para pôr a reforma política em votação e obter a aprovação dos principais temas. "Está tudo muito difícil, talvez o caminho seja mesmo optar pelos pontos consensuais", afirmou.
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