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Politica Brasil
Terça - 26 de Junho de 2007 às 19:16

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O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) defendeu hoje, do plenário do Senado, que o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), compareça ao Conselho de Ética para se explicar nas denúncias de que teria utilizado recursos da empreiteira Mendes Júnior para pagar pensão à jornalista Mônica Veloso --com quem tem uma filha fora do casamento. Suplicy disse que em nenhum momento o conselho quis "assassinar a honra" de Renan ao convidá-lo para depor, como alegou o próprio senador.

"Li hoje, no jornal, sobre o presidente Renan Calheiros ter dito que estava sentindo como se quisessem assassinar sua honra. Gostaria de afirmar: de maneira nenhuma. Presidente Renan Calheiros, o que queremos é cumprir nossa responsabilidade de senadores, com a maior isenção e equilíbrio, assegurando ao presidente o mais completo direito de defesa", disse Suplicy.

O petista chegou a se candidatar para relatar o processo contra Renan no conselho, mas seu nome foi vetado por aliados de Renan --que temem investigações rigorosas de Suplicy contra o presidente do Senado. Suplicy negou que tenha endurecido as críticas a Renan quando defendeu maiores investigações no caso antes do seu arquivamento.

"A isenção tem sido a minha bússola na apreciação desse processo tão rumoroso como aqueles outros todos que tive oportunidade de enfrentar. Em nenhum momento, proclamei que a representação movida contra o senador Renan Calheiros é improcedente. Da mesma forma, não há uma só manifestação minha em que ousei dar guarida às denúncias formuladas contra ele. Numa investigação séria, a isenção é fundamental."

A exemplo de Suplicy, o senador Valter Pereira (PMDB-MS) disse da tribuna do Senado que vai agir de forma isenta no conselho, embora integre o mesmo partido de Renan. Ao lado de Suplicy e do senador Renato Casagrande (PSB-ES), Pereira disse em sessão do Conselho de Ética ser contrário ao arquivamento imediato do processo contra Renan como defenderam aliados do presidente do Senado.

"Não é a cegueira do passionalismo, nem a sedução do corporativismo que haverão de balizar meu voto. É bem verdade que a convivência duradoura em qualquer colegiado gera uma relação de camaradagem e de amizade entre as pessoas. Todavia, o interesse público não pode submeter-se aos sentimentos e às afeições pessoais", enfatizou.

Votação

O presidente do conselho, senador Sibá Machado (PT-AC), convocou reunião amanhã para votar o relatório do senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA) que isenta Renan nas denúncias. Aliados do senador reconhecem, nos bastidores, que podem sair derrotados na votação.

Como estratégia para evitar a prorrogação das investigações, o grupo pró-Renan pressiona Sibá a renunciar ao cargo. A saída de Sibá provocaria uma reviravolta no conselho, já que um novo senador teria que ser escolhido para o cargo --o que retardaria a votação do caso Renan, que poderia ficar para depois do recesso parlamentar de julho.





Fonte: Folha Online

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