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Viagem cultural na Mostra de Cinema do XXIII Festival de Inverno
Os amantes da sétima arte poderão se deleitar no XXIII Festival de Inverno de Chapada dos Guimarães, que ocorre de 30 de junho a 7 de julho. A programação da Mostra de Cinema do evento inclui longas, médias e curtas nacionais, muitos premiados em festivais de cinema e alguns estreando em Mato Grosso. Todas as sessões serão realizadas a partir das 19h, de segunda a sexta-feira, e das 20h30, nos finais de semana, sempre na Praça Dom Wunibaldo. O evento é uma realização do Governo do Estado de Mato Grosso, através das Secretarias de Estado de Cultura e de Desenvolvimento do Turismo, e da Prefeitura de Chapada dos Guimarães, por meio da Secretaria Municipal de Turismo, Cultura e Meio Ambiente.
Uma das novidades deste ano é que antes da exibição de cada longa ou média metragem, haverá a apresentação de um curta. A coordenadora de audiovisual do Festival, Danielle Bertolini, informa que todos os curtas fizeram parte das duas primeiras edições do Festival de Cinema Feminino de Chapada dos Guimarães – Tudo sobre mulheres, realizados em 2005 e 2006. “Será uma forma de divulgar este evento, que ocorre em setembro, já que o Festival de Inverno é o maior e mais importante evento de Chapada dos Guimarães”, explica Danielle.
Além disso, a Mostra de Cinema ganha um espaço próprio, distante fisicamente das demais apresentações artísticas do evento, o que garante que uma atração não vai interferir ou concorrer com a exibição das obras. A melhoria dos equipamentos técnicos, como a utilização de uma tela adequada para projeção dos filmes, é outro destaque.
Outro destaque é que todos os longas têm uma relação entre si. De acordo com a coordenadora, a seleção foi feita a partir do tema do evento “Caminhos de Guimarães”, que remete às trilhas históricas que resultaram no processo de formação do município. “Procuramos escolher filmes que tivessem caminhadas e viagens como fio condutor da trama”, conta Danielle.
Um exemplo é “Histórias do Rio Negro”, documentário do diretor Luciano Cury, que será exibido no dia 1º de julho, estreando no Estado. O longa mostra a viagem de barco do médico Dráuzio Varella pelas águas escuras e abundantes do Rio Negro, na Região Norte. Ao longo de 1,1 mil quilômetros, no trecho entre São Gabriel da Cachoeira e Manaus, ele conhece e entrevista pessoas que vivem nas comunidades ribeirinhas. As belas imagens desse remoto pedaço do país emolduram as histórias contadas pelos moradores, numa mistura de mito, folclore, fantasia e realidade.
Outro documentário em que o tema do Festival fica evidente é “Esses Moços”, de José Araripe Jr. A obra, que será exibida no dia 6 de julho, conta a história de duas meninas de rua que vão para Salvador (BA), onde conhecem um senhor que foi agredido e está desmemoriado. Juntos, os três começam uma viagem pela cidade, mostrando um cenário bem diferente daquele conhecido pelos turistas que vão à Bahia.
A diversidade cultural também está presente na Mostra de Cinema. Além de filmes de Mato Grosso, há longas produzidos por equipes da Bahia, Maranhão, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.
Os temas são variados. Há documentários com enfoque histórico, como “O Velho, A História de Luis Carlos Prestes”, de Toni Venturini, que retrata a participação do comunista na história política do Brasil; e “Hércules 56”, de Silvio Da Rin, que mostra entrevistas com os nove remanescentes do grupo de 15 presos políticos que, em 6 de setembro de 1969, foram trocados pelo embaixador americano Charles Burke Elbrick, seqüestrado dois dias antes, no Rio de Janeiro, por duas organizações revolucionárias que lutavam contra a ditadura militar. Entre esses presos está o ex-ministro da Casa Civil do governo Lula, José Dirceu de Oliveira.
As viagens são o enfoque dos outros filmes. “TO 255 Estrada das Vidas”, de Chico Garcia e Leonardo Bello, apresenta a história de índios e sertanejos ao longo da rodovia TO 255, que cruza o estado de Tocantins. “Serras da Desordem”, de Andréa Tonacci, conta a história real de um índio nômade que foge de uma armadilha e passa dez anos percorrendo o Brasil. Após ser capturado, ele torna-se o centro de uma polêmica entre antropólogos sobre sua origem.
E para abrir a programação foi escolhido “Nas Terras do Bem Virá”. “Ele conta a história da ocupação das terras do Norte do Brasil, que é bastante semelhante com a nossa realidade”, justifica Danielle. Gravado em 29 cidades de cinco estados do norte e nordeste brasileiro, o documentário aborda a ida dos nordestinos para a Amazônia na década de 70.
Mato Grosso – No dia 5 de julho, a programação da Mostra de Cinema do Festival de Inverno é composta apenas de filmes mato-grossenses. “É uma forma de valorizar e estimular a produção cinematográfica em nosso Estado”, comenta a coordenadora de audiovisual.
Na data serão exibidos dois média metragens e um curta. O documentário “Alves de Oliveira, de Cláudia Simas e Caroline Araújo, narra a história do importante comunicador da capital, João Alves de Oliveira. Já em “Resgate: Quem Está no Centro da América do Sul?”, o diretor Luiz Marchetti mostra depoimentos feitos entre 1985 e 1987 com pessoas que hoje dão nomes as ruas de Cuiabá e Mato Grosso. O curta “Parabéns Vitor”, de Leonardo Sant’Anna, gira em torno de Vitor, um juiz prestes a completar 64 anos que relembra o passado, marcado pelos desejos revolucionários da juventude.
Além do cinema, o XXIII Festival de Inverno de Chapada dos Guimarães terá exposições de arte, artesanato, flores e fotografias; apresentações de música, dança, teatro e circo; atividades esportivas e de lazer; mesas redondas e shows nacionais. Inverno. O evento conta com o apoio: Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT, Detran-MT, Associação Mato-grossense do Municípios-AMM e Casa das Molduras.
PROGRAMAÇÃO DA MOSTRA DE CINEMA
30 de junho – SÁBADO 20h30 – Curta: Hilda De Manu Sobral (SP/05’20”/ doc. 2004) Hilda encarna a justiça, feita de mãos e foice, na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro, 2004. Foi premiado com a Melhor Direção de Arte no CineEsquemaNovo - Festival de Cinema de Porto Alegre de 2004. Longa: Nas Terras do Bem Virá (ESTRÉIA) Direção: Alexandre Rampazzo. Roteiro: Alexandre Rampazzo e Tatiana Polastri (SP / Betacam SP / 110’/ 2006 / doc)
Filmado em cinco estados das regiões Norte e Nordeste, este documentário traça o percurso histórico de um modelo de desenvolvimento, deflagrado nos anos 70, no auge da ditadura militar. A partir da ênfase em grandes projetos e estradas rasgando a Amazônia, acelera-se um processo de migração que resulta na situação atual, de conflitos armados, episódios de trabalho escravo, devastação da floresta, luta pela terra e assassinatos, como os dos sem-terra em Eldorado dos Carajás e da missionária Dorothy Stang.
1º de julho – DOMINGO 20h30 - Curta: A Garota De Fernando Pinheiro (MG / 04’/ 2005 / ani.) Animação que conta a estória de uma menina em preto e branco em aquarela numa pintura sobre tela. Longa: Histórias do Rio Negro (ESTRÉIA) Direção: Luciano Cury Roteiro e Pesquisa: Maria Cristina Poli e Jefferson Peixoto (RJ / 35 mm / 86’ / 2006 / Doc)
Durante uma viagem de São Gabriel da Cachoeira até Manaus a bordo do barco “Escola da Natureza”, o médico Dráuzio Varella conduz o espectador pelas paisagens maravilhosas do Rio Negro, escutando histórias das pessoas que habitam as suas margens, revelando a vida, o imaginário e as aventuras destes brasileiros.
2 de julho – SEGUNDA 19h – Curta: Bom Te Ver De Francisco Colombo (MA, 09’/ 2005 / doc) Fragmentos da vida e da arte de Ana Rodrigues, atriz, cantora, e artista plástica do Maranhão. Longa: O Velho, A História de Luis Carlos Prestes Direção: Toni Venturi. Roteiro: Di Moretti (SP / 35 mm / 105 minutos / 1997 / doc.) Esta é a estória de um mito, um homem que encarnou uma causa, deu-lhe voz e obstinada dedicação. Um militante convicto de ideais hoje soterrados pelos escombros do muro, mas que serviram de razão de vida para um personagem forjado em sua teimosa determinação.
3 de julho – TERÇA 19h – Curta: Nativa- Movimento Feminino das Aldeias De Rodrigo Vargas e Zé Luis Medeiros (MT / 12’30” / 2005 / doc.) Mulheres Indígenas de 16 etnias se reúnem para debater seus problemas e cobrar mais espaço nas lutas em defesa da terra e da cultura. Documentário produzido durante o evento mostra que a mobilização feminina nas aldeias é cada vez mais forte e organizada. Longa: Serras da Desordem Direção: Andréa Tonacci (SP / Várias Bitolas / 135’ / 2005 / doc-fic.)
Carapirú é um índio nômade que, após ter a família massacrada num ataque de fazendeiros, consegue escapar. Perambula por dez anos pelas serras do Brasil central até ser capturado a 2.000 km de seu ponto de fuga/partida. Em Brasília, torna-se centro de uma polêmica quanto à sua origem e identidade. É reconhecido como Guajá por um jovem índio. O destino revela surpresas para esse encontro aparentemente casual. De volta à sua aldeia natal, depara-se com mudanças trazidas pelos anos de convivência com os brancos.
4 de julho – QUARTA 19h – Curta: Sexo e Claustro De Cláudia Priscilla (SP / 13’/ 2005 / doc.) Documentário que mostra a trajetória de uma freira que enfrenta a Igreja para assumir seu amor. A religiosa é a prova de que o amor é a mais revolucionária das forças humanas. Longa: TO 255 (ESTRÉIA) Direção: Chico Garcia and Leonardo Bello Roteiro: Chico Garcia (SP / 35 mm / 74’ / 2005 / doc.)
Entre o tempo cíclico do sertão e o tempo linear e conturbado das cidades, sempre há uma estrada, levando o progresso aos confins do Brasil. Ao longo da pequena rodovia TO255, cruzando o estado do Tocantins, índios e sertanejos vislumbram nesses avanços muito mais do que a chegada do desenvolvimento, mas o fim de seus ritmos originais que imperam há gerações. As grandes cidades, que sempre foram sonho maior de populações isoladas, não mais atraem o sertanejo, que prefere sonhar com sua própria terra.
5 de julho – QUINTA 19h – Curta: Parabéns Vitor Direção: Leonardo Mendes Sant’Anna (MT, 35 mm / 15’/ 2006 / fic.) O filme gira em torno de Vítor, um juiz prestes a completar 64 anos que relembra o passado, marcado pelos desejos revolucionários da juventude. Média: Alves de Oliveira Direção e Roteiro: Caroline Araújo (MT / DV / 25’/ 2006 / doc.) Depoimentos narram a história do homem da imprensa João Alves de Oliveira, que fez do rádio mato-grossense um dos mais respeitados meios de comunicação local e promoveu o progresso da capital impulsionando o surgimento de outras mídias, como o primeiro jornal impresso de Cuiabá.
Média: Resgate - Quem Está no Centro da América do Sul? Direção: Luiz Marchetti Roteiro: Wanda e Luis Marchetti (MT, DV, 52’,2007/doc.-fic.)
Resgate é um documentário em que a Antropologia encontra a vídeo-arte. É a história de Mato Grosso contada por abordagens contemporâneas para gerações futuras.
6 de julho – SEXTA 19h – Curta: Mr. Abrakadabra De José Araripe Jr. (BA / 13’/ 1996 / fic.) Um velho artista já não consegue fazer suas mágicas, desesperado, tenta o suicídio várias vezes, sem obter êxito. Decidido a morrer a qualquer preço, arquiteta um super suicídio. Porém, algo surpreendente acontece.... Longa: Esses Moços (ESTRÉIA) Direção: José Araripe Jr. Roteiro: José Araripe Jr. Co-roteiristas: Hilton Lacerda, Ricardo Soares e Victor Mascarenhas (BA / 35 mm / 86’ / 2004 / fic.)
Duas crianças em busca do futuro. Um homem em busca do passado. Darlene uma menina que vive nas ruas, traz para Salvador- Bahia, a irmã menor – Daiane - para viverem como pedintes na região do comércio na cidade baixa. Juntas encontram Diomedes, um senhor que foi agredido e está desmemoriado. Imaginam que ele é cego, surdo e mudo. Daiane afeiçoa-se ele como a um avô que nunca teve. Darlene resolve usá-lo para pedir esmolas. Misterioso e afável, Diomedes conduz as meninas através da estrada de ferro para o seu mundo de desmemórias, onde inocência e dor compõem a música do tempo. Uma viagem por uma Bahia nunca vista.
7 de julho – SÁBADO 20:30h – Curta: Historietas Assombradas para Crianças Mal Criadas De Victor Hugo Borges (SP / 16’/ 2005 / ani.) Animação que mostra uma menina mimada que só dorme com as histórias de terror de sua avó. A primeira história bebe na fonte do Boitatá, e mostra o duelo de porquinhos com a criatura que rouba a água de um rio. A segunda, ligeiramente mais cruel, fala de um menino que de tão mau se torna um zumbi, pois seu coração resolve abandoná-lo e ir embora, e conta com a excelente frase “mãe é mãe, mesmo com o filho morto-vivo”. Para encerrar, assistimos a história do Jurupari, “um caboclo deformado que daria medo até nos duendes mais feios”, o duelo final entre a vovó e a neta insone. Longa: Hércules 56 (ESTRÉIA) Direção e Roteiro: Silvio Da Rin (RJ / 35 mm / 94’ / 2006 / doc.) Em setembro de 1969, quando o Brasil era governado por uma Junta Militar, duas organizações revolucionárias aliaram-se para raptar o embaixador dos EUA, Charles Burke Elbrick, e exigiram a libertação de quinze presos políticos, que foram levados ao México pelo avião Hércules 56 da FAB. Para rememorar o episódio e discutir as causas e conseqüências da luta armada naquela época, o filme traz à cena os nove remanescentes do grupo de presos e promove o reencontro de cinco membros das organizações responsáveis pelo seqüestro.
* Todas as exibições ocorrem na Praça Dom Wunibaldo
Uma das novidades deste ano é que antes da exibição de cada longa ou média metragem, haverá a apresentação de um curta. A coordenadora de audiovisual do Festival, Danielle Bertolini, informa que todos os curtas fizeram parte das duas primeiras edições do Festival de Cinema Feminino de Chapada dos Guimarães – Tudo sobre mulheres, realizados em 2005 e 2006. “Será uma forma de divulgar este evento, que ocorre em setembro, já que o Festival de Inverno é o maior e mais importante evento de Chapada dos Guimarães”, explica Danielle.
Além disso, a Mostra de Cinema ganha um espaço próprio, distante fisicamente das demais apresentações artísticas do evento, o que garante que uma atração não vai interferir ou concorrer com a exibição das obras. A melhoria dos equipamentos técnicos, como a utilização de uma tela adequada para projeção dos filmes, é outro destaque.
Outro destaque é que todos os longas têm uma relação entre si. De acordo com a coordenadora, a seleção foi feita a partir do tema do evento “Caminhos de Guimarães”, que remete às trilhas históricas que resultaram no processo de formação do município. “Procuramos escolher filmes que tivessem caminhadas e viagens como fio condutor da trama”, conta Danielle.
Um exemplo é “Histórias do Rio Negro”, documentário do diretor Luciano Cury, que será exibido no dia 1º de julho, estreando no Estado. O longa mostra a viagem de barco do médico Dráuzio Varella pelas águas escuras e abundantes do Rio Negro, na Região Norte. Ao longo de 1,1 mil quilômetros, no trecho entre São Gabriel da Cachoeira e Manaus, ele conhece e entrevista pessoas que vivem nas comunidades ribeirinhas. As belas imagens desse remoto pedaço do país emolduram as histórias contadas pelos moradores, numa mistura de mito, folclore, fantasia e realidade.
Outro documentário em que o tema do Festival fica evidente é “Esses Moços”, de José Araripe Jr. A obra, que será exibida no dia 6 de julho, conta a história de duas meninas de rua que vão para Salvador (BA), onde conhecem um senhor que foi agredido e está desmemoriado. Juntos, os três começam uma viagem pela cidade, mostrando um cenário bem diferente daquele conhecido pelos turistas que vão à Bahia.
A diversidade cultural também está presente na Mostra de Cinema. Além de filmes de Mato Grosso, há longas produzidos por equipes da Bahia, Maranhão, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.
Os temas são variados. Há documentários com enfoque histórico, como “O Velho, A História de Luis Carlos Prestes”, de Toni Venturini, que retrata a participação do comunista na história política do Brasil; e “Hércules 56”, de Silvio Da Rin, que mostra entrevistas com os nove remanescentes do grupo de 15 presos políticos que, em 6 de setembro de 1969, foram trocados pelo embaixador americano Charles Burke Elbrick, seqüestrado dois dias antes, no Rio de Janeiro, por duas organizações revolucionárias que lutavam contra a ditadura militar. Entre esses presos está o ex-ministro da Casa Civil do governo Lula, José Dirceu de Oliveira.
As viagens são o enfoque dos outros filmes. “TO 255 Estrada das Vidas”, de Chico Garcia e Leonardo Bello, apresenta a história de índios e sertanejos ao longo da rodovia TO 255, que cruza o estado de Tocantins. “Serras da Desordem”, de Andréa Tonacci, conta a história real de um índio nômade que foge de uma armadilha e passa dez anos percorrendo o Brasil. Após ser capturado, ele torna-se o centro de uma polêmica entre antropólogos sobre sua origem.
E para abrir a programação foi escolhido “Nas Terras do Bem Virá”. “Ele conta a história da ocupação das terras do Norte do Brasil, que é bastante semelhante com a nossa realidade”, justifica Danielle. Gravado em 29 cidades de cinco estados do norte e nordeste brasileiro, o documentário aborda a ida dos nordestinos para a Amazônia na década de 70.
Mato Grosso – No dia 5 de julho, a programação da Mostra de Cinema do Festival de Inverno é composta apenas de filmes mato-grossenses. “É uma forma de valorizar e estimular a produção cinematográfica em nosso Estado”, comenta a coordenadora de audiovisual.
Na data serão exibidos dois média metragens e um curta. O documentário “Alves de Oliveira, de Cláudia Simas e Caroline Araújo, narra a história do importante comunicador da capital, João Alves de Oliveira. Já em “Resgate: Quem Está no Centro da América do Sul?”, o diretor Luiz Marchetti mostra depoimentos feitos entre 1985 e 1987 com pessoas que hoje dão nomes as ruas de Cuiabá e Mato Grosso. O curta “Parabéns Vitor”, de Leonardo Sant’Anna, gira em torno de Vitor, um juiz prestes a completar 64 anos que relembra o passado, marcado pelos desejos revolucionários da juventude.
Além do cinema, o XXIII Festival de Inverno de Chapada dos Guimarães terá exposições de arte, artesanato, flores e fotografias; apresentações de música, dança, teatro e circo; atividades esportivas e de lazer; mesas redondas e shows nacionais. Inverno. O evento conta com o apoio: Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT, Detran-MT, Associação Mato-grossense do Municípios-AMM e Casa das Molduras.
PROGRAMAÇÃO DA MOSTRA DE CINEMA
30 de junho – SÁBADO 20h30 – Curta: Hilda De Manu Sobral (SP/05’20”/ doc. 2004) Hilda encarna a justiça, feita de mãos e foice, na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro, 2004. Foi premiado com a Melhor Direção de Arte no CineEsquemaNovo - Festival de Cinema de Porto Alegre de 2004. Longa: Nas Terras do Bem Virá (ESTRÉIA) Direção: Alexandre Rampazzo. Roteiro: Alexandre Rampazzo e Tatiana Polastri (SP / Betacam SP / 110’/ 2006 / doc)
Filmado em cinco estados das regiões Norte e Nordeste, este documentário traça o percurso histórico de um modelo de desenvolvimento, deflagrado nos anos 70, no auge da ditadura militar. A partir da ênfase em grandes projetos e estradas rasgando a Amazônia, acelera-se um processo de migração que resulta na situação atual, de conflitos armados, episódios de trabalho escravo, devastação da floresta, luta pela terra e assassinatos, como os dos sem-terra em Eldorado dos Carajás e da missionária Dorothy Stang.
1º de julho – DOMINGO 20h30 - Curta: A Garota De Fernando Pinheiro (MG / 04’/ 2005 / ani.) Animação que conta a estória de uma menina em preto e branco em aquarela numa pintura sobre tela. Longa: Histórias do Rio Negro (ESTRÉIA) Direção: Luciano Cury Roteiro e Pesquisa: Maria Cristina Poli e Jefferson Peixoto (RJ / 35 mm / 86’ / 2006 / Doc)
Durante uma viagem de São Gabriel da Cachoeira até Manaus a bordo do barco “Escola da Natureza”, o médico Dráuzio Varella conduz o espectador pelas paisagens maravilhosas do Rio Negro, escutando histórias das pessoas que habitam as suas margens, revelando a vida, o imaginário e as aventuras destes brasileiros.
2 de julho – SEGUNDA 19h – Curta: Bom Te Ver De Francisco Colombo (MA, 09’/ 2005 / doc) Fragmentos da vida e da arte de Ana Rodrigues, atriz, cantora, e artista plástica do Maranhão. Longa: O Velho, A História de Luis Carlos Prestes Direção: Toni Venturi. Roteiro: Di Moretti (SP / 35 mm / 105 minutos / 1997 / doc.) Esta é a estória de um mito, um homem que encarnou uma causa, deu-lhe voz e obstinada dedicação. Um militante convicto de ideais hoje soterrados pelos escombros do muro, mas que serviram de razão de vida para um personagem forjado em sua teimosa determinação.
3 de julho – TERÇA 19h – Curta: Nativa- Movimento Feminino das Aldeias De Rodrigo Vargas e Zé Luis Medeiros (MT / 12’30” / 2005 / doc.) Mulheres Indígenas de 16 etnias se reúnem para debater seus problemas e cobrar mais espaço nas lutas em defesa da terra e da cultura. Documentário produzido durante o evento mostra que a mobilização feminina nas aldeias é cada vez mais forte e organizada. Longa: Serras da Desordem Direção: Andréa Tonacci (SP / Várias Bitolas / 135’ / 2005 / doc-fic.)
Carapirú é um índio nômade que, após ter a família massacrada num ataque de fazendeiros, consegue escapar. Perambula por dez anos pelas serras do Brasil central até ser capturado a 2.000 km de seu ponto de fuga/partida. Em Brasília, torna-se centro de uma polêmica quanto à sua origem e identidade. É reconhecido como Guajá por um jovem índio. O destino revela surpresas para esse encontro aparentemente casual. De volta à sua aldeia natal, depara-se com mudanças trazidas pelos anos de convivência com os brancos.
4 de julho – QUARTA 19h – Curta: Sexo e Claustro De Cláudia Priscilla (SP / 13’/ 2005 / doc.) Documentário que mostra a trajetória de uma freira que enfrenta a Igreja para assumir seu amor. A religiosa é a prova de que o amor é a mais revolucionária das forças humanas. Longa: TO 255 (ESTRÉIA) Direção: Chico Garcia and Leonardo Bello Roteiro: Chico Garcia (SP / 35 mm / 74’ / 2005 / doc.)
Entre o tempo cíclico do sertão e o tempo linear e conturbado das cidades, sempre há uma estrada, levando o progresso aos confins do Brasil. Ao longo da pequena rodovia TO255, cruzando o estado do Tocantins, índios e sertanejos vislumbram nesses avanços muito mais do que a chegada do desenvolvimento, mas o fim de seus ritmos originais que imperam há gerações. As grandes cidades, que sempre foram sonho maior de populações isoladas, não mais atraem o sertanejo, que prefere sonhar com sua própria terra.
5 de julho – QUINTA 19h – Curta: Parabéns Vitor Direção: Leonardo Mendes Sant’Anna (MT, 35 mm / 15’/ 2006 / fic.) O filme gira em torno de Vítor, um juiz prestes a completar 64 anos que relembra o passado, marcado pelos desejos revolucionários da juventude. Média: Alves de Oliveira Direção e Roteiro: Caroline Araújo (MT / DV / 25’/ 2006 / doc.) Depoimentos narram a história do homem da imprensa João Alves de Oliveira, que fez do rádio mato-grossense um dos mais respeitados meios de comunicação local e promoveu o progresso da capital impulsionando o surgimento de outras mídias, como o primeiro jornal impresso de Cuiabá.
Média: Resgate - Quem Está no Centro da América do Sul? Direção: Luiz Marchetti Roteiro: Wanda e Luis Marchetti (MT, DV, 52’,2007/doc.-fic.)
Resgate é um documentário em que a Antropologia encontra a vídeo-arte. É a história de Mato Grosso contada por abordagens contemporâneas para gerações futuras.
6 de julho – SEXTA 19h – Curta: Mr. Abrakadabra De José Araripe Jr. (BA / 13’/ 1996 / fic.) Um velho artista já não consegue fazer suas mágicas, desesperado, tenta o suicídio várias vezes, sem obter êxito. Decidido a morrer a qualquer preço, arquiteta um super suicídio. Porém, algo surpreendente acontece.... Longa: Esses Moços (ESTRÉIA) Direção: José Araripe Jr. Roteiro: José Araripe Jr. Co-roteiristas: Hilton Lacerda, Ricardo Soares e Victor Mascarenhas (BA / 35 mm / 86’ / 2004 / fic.)
Duas crianças em busca do futuro. Um homem em busca do passado. Darlene uma menina que vive nas ruas, traz para Salvador- Bahia, a irmã menor – Daiane - para viverem como pedintes na região do comércio na cidade baixa. Juntas encontram Diomedes, um senhor que foi agredido e está desmemoriado. Imaginam que ele é cego, surdo e mudo. Daiane afeiçoa-se ele como a um avô que nunca teve. Darlene resolve usá-lo para pedir esmolas. Misterioso e afável, Diomedes conduz as meninas através da estrada de ferro para o seu mundo de desmemórias, onde inocência e dor compõem a música do tempo. Uma viagem por uma Bahia nunca vista.
7 de julho – SÁBADO 20:30h – Curta: Historietas Assombradas para Crianças Mal Criadas De Victor Hugo Borges (SP / 16’/ 2005 / ani.) Animação que mostra uma menina mimada que só dorme com as histórias de terror de sua avó. A primeira história bebe na fonte do Boitatá, e mostra o duelo de porquinhos com a criatura que rouba a água de um rio. A segunda, ligeiramente mais cruel, fala de um menino que de tão mau se torna um zumbi, pois seu coração resolve abandoná-lo e ir embora, e conta com a excelente frase “mãe é mãe, mesmo com o filho morto-vivo”. Para encerrar, assistimos a história do Jurupari, “um caboclo deformado que daria medo até nos duendes mais feios”, o duelo final entre a vovó e a neta insone. Longa: Hércules 56 (ESTRÉIA) Direção e Roteiro: Silvio Da Rin (RJ / 35 mm / 94’ / 2006 / doc.) Em setembro de 1969, quando o Brasil era governado por uma Junta Militar, duas organizações revolucionárias aliaram-se para raptar o embaixador dos EUA, Charles Burke Elbrick, e exigiram a libertação de quinze presos políticos, que foram levados ao México pelo avião Hércules 56 da FAB. Para rememorar o episódio e discutir as causas e conseqüências da luta armada naquela época, o filme traz à cena os nove remanescentes do grupo de presos e promove o reencontro de cinco membros das organizações responsáveis pelo seqüestro.
* Todas as exibições ocorrem na Praça Dom Wunibaldo
Fonte:
Assessoria
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