Ban Ki-moon diz que fronteira entre Líbano e Síria sofre com tráfico de armas

Um relatório entregue hoje pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ao Conselho de Segurança diz que a fronteira entre o Líbano e a Síria está exposta ao tráfico de armas.

O relatório, realizado por uma equipe da ONU enviada ao Líbano, revela que o Exército e as autoridades libanesas se vêem incapazes de controlar o cruzamento de suas fronteiras.

"Nossa avaliação é que o atual estado de segurança na fronteira é insuficiente para prevenir o contrabando, particularmente o de armas", diz o relatório.

No texto se acrescenta que esta avaliação se reforça pelo fato de que nem mesmo se pôde documentar uma só apreensão de armas de contrabando na fronteira, ou nas proximidades dela.

A equipe de cinco pessoas que visitou o Líbano entre 27 de maio e 15 de junho considerou evidente que o Exército deste país carece de recursos e do treinamento adequado para servir de força de proteção fronteiriça.

"O resultado é que o Exército do Líbano enfrenta um problema civil com uma doutrina militar, enquanto envia sinais à população e a seu próprio pessoal de que sua prioridade é a defesa do território e não evitar o tráfico de armas", diz o documento.

Os analistas também atestaram que há uma falta de coordenação entre as autoridades militares e outras forças de segurança libanesas, e que não há nenhum tipo de contato com as autoridades fronteiriças sírias.

Nos quatro pontos fronteiriços entre os dois países não há nem regiões separadas para realizar um verdadeiro controle alfandegário, nem um procedimento estabelecido de controle, o que faz com que veículos, pessoas e cargas passem sem serem praticamente revisadas, afirmou o relatório.

Ante esta situação, o documento recomenda o envio de especialistas em segurança fronteiriça, o fomento à cooperação entre as agências de segurança libanesas e a criação de uma força específica para proteger a fronteira.